Obras do PAC no Rio de Janeiro foram superfaturadas em R$ 181,1 milhões, afirma CGU
Brasília (DF) – A cada dia surgem novas suspeitas envolvendo empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), menina dos olhos da gestão da presidente Dilma Rousseff. Desta vez, três relatórios de auditoria elaborados pela Controladoria Geral da União (CGU) identificaram um superfaturamento de R$ 181,1 milhões em obras do PAC nas favelas da Rocinha, Manguinhos e Alemão, no Rio de Janeiro.
A Polícia Federal abriu inquérito para apurar as irregularidades nas licitações. A suspeita é de ganhos ilegais por parte dos três consórcios vencedores da concorrência, gerenciados pelas construtoras Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Odebrecht. Vale lembrar que todas as empresas são investigadas na Operação Lava Jato.
Os relatórios das auditorias foram obtidos por reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta sexta-feira (19/02), por meio da Lei de Acesso à Informação.
Nos textos, a CGU aponta que os valores pagos aos consórcios foram superfaturados na Bonificação e Despesas Indiretas (BDI), taxa que é aplicada sobre o custo do empreendimento. Segundo a CGU, foram observados percentuais maiores que os estabelecidos pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Procuradas pelo Estadão, as construtoras Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão não quiseram comentar os relatórios da CGU. Em nota, o Ministério das Cidades afirmou que a licitação é “competência do governo do Rio de Janeiro”. Já a Caixa Econômica Federal, financiadora dos projetos, chegou a questionar os critérios empregados pelas auditorias da CGU.