Operação Acrônimo: ‘Pimentel não tem mais a mínima condição de permanecer no cargo’, diz Rodrigo de Castro
Em delação, o empresário Benedito de Oliveira confirmou denúncias da PGR e acusou o petista de receber propina
Brasília (DF) – A situação do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), chegou a seu limite com os novos desdobramentos da Operação Acrônimo, da Polícia Federal. Em delação premiada, o empresário Benedito de Oliveira, o Bené, confirmou as denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e acusou o governador petista de receber propina de empresas beneficiadas com financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
De acordo com reportagem desta segunda-feira (23) do jornal O Globo, Bené, amigo pessoal de Pimentel, afirmou em um dos depoimentos que o petista teria recebido mais de R$ 10 milhões de propina só da montadora Caoa, representante da Hyundai no Brasil. Também foram apontadas irregularidades em negócios do BNDES na Argentina e em Moçambique, que teriam Pimentel como possível beneficiário, durante o período em que o petista foi ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, no primeiro mandato de Dilma Rousseff.
O deputado federal Rodrigo de Castro (PSDB-MG) avaliou que o governador de Minas, acusado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e recebimento de vantagens indevidas, perdeu todas as condições de permanecer no cargo. Ele defendeu que Pimentel seja afastado, de forma a garantir que as investigações prossigam sem possíveis obstruções.
“Com certeza ele não tem condições de permanecer no cargo com tão graves acusações. É hora de a Justiça dar uma resposta mais rápida a esse caso, já que ele ocupa um cargo chave para o país: o de governador do segundo maior estado da Federação”, afirmou.
Na denúncia apresentada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, destacou que, no mesmo período do pagamento da propina a Pimentel, a montadora Caoa recebeu cerca de R$ 600 milhões em benefícios fiscais do Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar), do Ministério do Desenvolvimento.
Segundo Bené, que atuou na campanha de Pimentel ao governo de Minas em 2014, o pagamento teria sido camuflado em um contrato de consultoria “fajuta” firmado entre ele e os executivos da Caoa. As informações dadas pelo delator, incluindo a propina superior a R$ 10 milhões, serão agora integradas à denúncia apresentada pela PGR ao STJ.
Para Rodrigo de Castro, nada justifica a permanência de Fernando Pimentel no governo de Minas, já que a delação de Bené comprova todas as denúncias feitas pela PGR. O parlamentar lembrou que, em quase dois anos de uma gestão conturbada e permeada por diversos escândalos de corrupção, o petista pouco fez pela população mineira.
“O governador ainda não disse a que veio desde assumiu o cargo em Minas Gerais. Seu governo é de uma mediocridade espantosa. E o que se comenta a boca pequena é agora confirmado pelos fatos. Ele não governa, ele apenas se preocupa em se defender dessas acusações e defender o indefensável. É patente o seu envolvimento e ele não tem mais a mínima condição de permanecer no cargo”, completou o tucano.
Leia AQUI a íntegra da matéria do jornal O Globo.