Oposição consegue barrar nomeação da esposa de Pimentel para cargo de secretária de Estado
Os deputados da oposição na Assembleia Legislativa de Minas Gerais conseguiram barrar judicialmente a nomeação de Carolina de Oliveira, esposa do governador Fernando Pimentel, para o cargo de secretária de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social. A decisão foi publicada no Diário Oficial de Minas Gerais desta terça-feira (17).
Antes da exoneração oficial, a nomeação já tinha sido suspensa duas vezes pela Justiça. Na noite desta segunda-feira (16), Carolina anunciou que desistiu de comandar a secretaria.
Os magistrados responsáveis pelo caso destacaram, na decisão, que houve indícios de “desvio de finalidade” na nomeação. As autoridades suspeitam que Pimentel tentava conferir foro privilegiado a sua esposa e, com isso, obstruir o trabalho da Justiça no andamento da Operação Acrônimo – que investiga o casal.
O deputado estadual João Leite (PSDB-SP) afirmou que a intenção de atrapalhar a Justiça estava explicita nas atitudes do governador de Minas. “A manobra de Pimentel para conferir foro privilegiado para sua esposa e tentar dificultar o trabalho da Justiça nas investigações da Acrônimo estava muito clara. Demonstramos isso na ação popular impetrada junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Essa foi mais uma tentativa desesperada do governador para protelar o desfecho da Operação Acrônimo, que está próximo”, destacou o deputado.
A desembargadora Hilda Teixeira da Costa, da 2ª Câmara Cível do Estado, manteve a liminar que determinava a suspensão da nomeação e estipulou prazo de 48 horas para que a primeira-dama fosse afastada. Com a derrota, o governo de Minas exonerou a mulher de Pimentel.
Carolina foi nomeada secretária no dia 28 de abril pelo marido e substituiu André Quintão (PT). Ela passaria a ter prerrogativa de foro no Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. No entanto, com a exoneração, as acusações contra Carolina voltam a ficar à cargo da Justiça Federal.
O governador petista e sua esposa são alvo da Operação Acrônimo, que apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro e irregularidades em campanhas eleitorais. Eles são suspeitos de praticar os crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de influência, cometidos em campanhas eleitorais por meio do operador Benedito de Oliveira Neto, o Bené, e da agência de publicidade Pepper.