Oposição pede investigação de diretor da Eletrobrás

Homem de confiança de Dilma teria conhecimento de fraude, acusa banco alemão

Acompanhe - 18/10/2010

Homem de confiança de Dilma teria conhecimento de fraude, acusa banco alemão

Brasília (18) – Partidos da oposição (PSDB e DEM) protocolaram nesta segunda-feira representação na Procuradoria-Geral da República solicitando a adoção de providências para apurar as denúncias que envolvem o diretor da Eletrobrás Valter Cardeal de Souza, apontado como homem de confiança da candidata petista Dilma Rousseff.

A ação foi motivado por denúncia da revista Época, na edição do fim de semana. De acordo com a revista, Cardeal teria conhecimento da emissão de garantias ilegais e fraudulentas para que empresas privadas obtivessem empréstimo no valor de 157 milhões de euros. O dinheiro teria sido emprestado pelo banco alemão KfW (Kreditanstalt für Wiederaufbau) para a construção de usinas de biomassa no Brasil.

A representação é assinada pelos líderes do PSDB na Câmara, João Almeida (BA), e da minoria, Gustavo Fruet (PR), senador Alvaro Dias (PR) e pelo deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC).

O documento cita ainda matéria da Folha de S. Paulo de domingo, que mostra o irmão de Valter, Edgar Cardeal, atua como consultor de empresas interessadas em investir em energia eólica. O responsável pela gestão programa de incentivo ao uso de energias alternativas – como a energia eólica – é o próprio irmão do empresário.

Segundo a representação, são fatos graves que “indicam a ocorrência dos crimes de tráfico de influência, formação de quadrilha, concussão, prevaricação”, envolvendo ainda de alguma forma a ex-ministra da Casa Civil e hoje candidata Dilma Rousseff e o diretor Valter Cardeal.

Outra representação foi protocolada nesta segunda e refere-se ao escândalo de tráfico de influência relacionado à ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra e a candidata Dilma Rousseff. Trata-se de um adendo ao documento impetrado na Procuradoria no mês passado.

Na representação principal, de 14 de setembro de 2010, a oposição pedia a investigação de fatos relatados pela revista Veja (em 11.09.2010). Segundo a revista, o consultor Israel Guerra, filho da ex-ministra Erenice, negociava contratos entre empresas privadas e o governo federal, mediante “taxa de sucesso” de 6% do valor do convênio firmado.

Segundo a oposição, “as investigações da imprensa continuaram, o que motivou um aditivo à representação principal, com informações complementares à denúncia de tráfico de influência que poderia estar ocorrendo na Casa Civil”. O documento ressalta que as investigações dos órgãos do governo federal não estão avançando, o que motivou a nova iniciativa.

As duas representações pedem a instauração de investigação para apuração dos crimes, a instauração de inquérito civil público para o esclarecimento dos fatos e a formalização de ação de improbidade administrativa contra os envolvidos, além da adoção das demais providências consideradas necessárias à defesa da ordem jurídica.

Veja integras das representações: Cardeal, Casa Civil

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18/10/2010