Oposição pede investigação de diretor da Eletrobrás
Homem de confiança de Dilma teria conhecimento de fraude, acusa banco alemão
Homem de confiança de Dilma teria conhecimento de fraude, acusa banco alemão
Brasília (18) – Partidos da oposição (PSDB e DEM) protocolaram nesta segunda-feira representação na Procuradoria-Geral da República solicitando a adoção de providências para apurar as denúncias que envolvem o diretor da Eletrobrás Valter Cardeal de Souza, apontado como homem de confiança da candidata petista Dilma Rousseff.
A ação foi motivado por denúncia da revista Época, na edição do fim de semana. De acordo com a revista, Cardeal teria conhecimento da emissão de garantias ilegais e fraudulentas para que empresas privadas obtivessem empréstimo no valor de 157 milhões de euros. O dinheiro teria sido emprestado pelo banco alemão KfW (Kreditanstalt für Wiederaufbau) para a construção de usinas de biomassa no Brasil.
A representação é assinada pelos líderes do PSDB na Câmara, João Almeida (BA), e da minoria, Gustavo Fruet (PR), senador Alvaro Dias (PR) e pelo deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC).
O documento cita ainda matéria da Folha de S. Paulo de domingo, que mostra o irmão de Valter, Edgar Cardeal, atua como consultor de empresas interessadas em investir em energia eólica. O responsável pela gestão programa de incentivo ao uso de energias alternativas – como a energia eólica – é o próprio irmão do empresário.
Segundo a representação, são fatos graves que “indicam a ocorrência dos crimes de tráfico de influência, formação de quadrilha, concussão, prevaricação”, envolvendo ainda de alguma forma a ex-ministra da Casa Civil e hoje candidata Dilma Rousseff e o diretor Valter Cardeal.
Outra representação foi protocolada nesta segunda e refere-se ao escândalo de tráfico de influência relacionado à ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra e a candidata Dilma Rousseff. Trata-se de um adendo ao documento impetrado na Procuradoria no mês passado.
Na representação principal, de 14 de setembro de 2010, a oposição pedia a investigação de fatos relatados pela revista Veja (em 11.09.2010). Segundo a revista, o consultor Israel Guerra, filho da ex-ministra Erenice, negociava contratos entre empresas privadas e o governo federal, mediante “taxa de sucesso” de 6% do valor do convênio firmado.
Segundo a oposição, “as investigações da imprensa continuaram, o que motivou um aditivo à representação principal, com informações complementares à denúncia de tráfico de influência que poderia estar ocorrendo na Casa Civil”. O documento ressalta que as investigações dos órgãos do governo federal não estão avançando, o que motivou a nova iniciativa.
As duas representações pedem a instauração de investigação para apuração dos crimes, a instauração de inquérito civil público para o esclarecimento dos fatos e a formalização de ação de improbidade administrativa contra os envolvidos, além da adoção das demais providências consideradas necessárias à defesa da ordem jurídica.
Veja integras das representações: Cardeal, Casa Civil