Oposição venezuelana denuncia como manobra chavista: realocação de 1,2 milhão de eleitores

Acompanhe - 07/08/2015

10052011EF13964Brasília (DF) – A realocação de mais de 1,2 milhão de eleitores venezuelanos desde as últimas eleições em 2013 causou indignação entre setores críticos ao governo. Para a Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal coalizão opositora do país e responsável por descobrir a medida, a estratégia seria uma nova manobra para beneficiar os candidatos do governo. As informações são do jornal O Globo desta sexta-feira (7).

De acordo com a publicação, o caso foi discutido em reunião do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) com representantes do oficialismo e da oposição. Segundo o coordenador do CNE, Vicente Bello, o impacto eleitoral da realocação é de 6% em todo o país, mas no Amazonas atinge 16%. Já em Barinas, 10% dos eleitores foram transferidos.

Segundo informado pela coalizão, há 200 novos centros de votação em áreas controladas pelo partido governista, chamadas de “ambientes hostis”. Em nota, a MUD alertou que “não há garantia de liberdade de voto”.

Questionado sobre o efeito da medida a poucos meses das eleições, o presidente do instituto de pesquisa Datanálisis, Luis Vicente León, evitou fazer projeções.

“Vários elementos precisam ser considerados. Por exemplo, a distribuição de deputados se faz pela vitória ou derrota em diferentes circuitos, o que por si só já não permitiria uma projeção certeira. Com a tática de mover eleitores e mudar deputados de zonas eleitorais, o governo está tentando potencializar as eleições para seus candidatos chavistas”, afirmou.

Intimidação

Para o consultor político e coordenador do Venebarómetro, Edgard Gutiérrez, a migração de eleitores poderia alterar significativamente o resultado final.

“A tática mais evidente ainda é a inabilitação de nomes fortes da oposição, já que assim o governo escolhe seus adversários, descartando os mais populares. É uma forma de intimidação”, relatou.

De acordo com a última pesquisa do instituto, o chavismo estaria em terceiro lugar na preferência do eleitorado, atrás inclusive do bloco de independentes. A oposição lideraria com 32,6% dos votos, seguida dos candidatos sem partido, com 27,6%. O PSUV ficaria com 20,8%.

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07/08/2015