“Os desafios do PSDB num Governo Temer”, por César Colnago

Acompanhe - 04/05/2016

Artigo do vice-governador do Espírito Santo, César Colnago (PSDB), publicado no jornal A Tribuna nesta quarta-feira (4)

cesar colnagoO Brasil vive um momento de múltiplas crises e chegamos a um ponto de imposição à construção de mudanças na política, na economia, na gestão, enfim, na condução do país. Mas não será tarefa fácil, os desafios são enormes.

Por isso, todos os que foram às ruas e aqueles que suportaram de algum modo o grito pela superação deste tempo crítico devem estar a postos para essa nova tarefa de resgate nacional. Refiro-me inclusive e principalmente aos partidos políticos que se mobilizaram e se posicionaram na Câmara objetivamente em favor da admissibilidade do processo de impeachment, como é o caso do PSDB.

Essas forças políticas devem constituir um pacto que, diferente da luta do poder pelo poder típica do PT, caminhe a passos largos para construção de uma agenda positiva, permitindo a recuperação do que se perdeu ao longo dos anos da desastrosa e incompetente  administração petista, constituindo também as bases de um novo tempo em nosso país, sem deixar de estarem atentos a não repetição dos equívocos cometidos no loteamento dos Governos do PT associada a necessidade de dar ênfase a competência técnica, administrativa e política dos quadros a serem indicados.

O PSDB, responsavelmente, vem colocando os interesses do País, acima daqueles pontuais e voltados para o atendimento de demandas internas. Afinal, não nos custa lembrar a importância e como fez a diferença a nossa presença no governo de coalizão de Itamar Franco, que permitiu o nascimento do Plano Real e levou ao fim da inflação.

Ao contrário do que fez o PT em 1992, onde cruzou seus braços apostando no quanto pior melhor, o PSDB mostra o tamanho de sua responsabilidade com o êxito do governo de transição, sem perder de vista a garantia do atendimento aos princípios ético-republicanos e uma agenda de desenvolvimento social e econômico inclusiva e sustentada.

O momento não aceita que atores sérios e responsáveis simplesmente lavem suas mãos, como o fez Pilatos.

Em que pese às diferenças nas diversas correntes de pensamento do PSDB, fica cada dia mais evidente que, neste momento, a nossa responsabilidade transcende a quaisquer outros projetos que não o de tirar o Brasil do fundo do poço. O país só foi capaz de superar vitoriosamente a era Collor porque nossas lideranças abriram mão de suas vaidades e projetos pessoais. Não tenho dúvidas de que atualmente não deve ser diferente. Não há como pensar o hoje, se os projetos dos diversos grupos que lutam pela mudança estiverem fixados em 2018. Mais que isso, não podemos de forma alguma abrir mão da construção de um Governo cuja equipe tenha como característica fundamental a competência técnica, aliada a experiência na gestão administrativa e não menos importante, que tenha a cara do novo Brasil que estamos por construir.

Ao se propor a formar o Governo de Coalizão que o momento exige, definir parâmetros básicos a serem implementados, foi o passo acertado para dar consistência aos princípios que defendemos e que são pautados em 15 pontos, que foram apresentados pelo PSDB:

Combate irrestrito à corrupção, Reforma política imediata, Renovação das práticas políticas e profissionalização do estado, Manutenção e qualificação dos programas sociais, Revisão dos subsídios fiscais, Responsabilidade fiscal, Combate à inflação, Simplificar o sistema tributário, Reformas para a produtividade, Reorientação da política externa e comercial, Colocar em prática a sustentabilidade, Reformulação das políticas de segurança pública, Educação para cidadania, Mais saúde para salvar vidas e Autonomia para estados e municípios.

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04/05/2016