Papel da oposição é fiscalizar
Psdb buscará interação com segmentos sociais para ampliar atuação
PSDB buscará interação com segmentos sociais para ampliar atuação
O senador Alvaro Dias (PR), que terá o nome referendado pela nova bancada do PSDB como líder no Senado, em entrevista ao programa “Jogo do Poder”, da Rede CNT, avaliou as perspectivas da oposição e as reformas prioritárias para o país. Dias criticou a prática recorrente do governo de editar medidas provisórias, reduzindo o papel do Legislativo de elaborar e votar leis.
Para o senador, a redução no número de parlamentares nos partidos que não fazem parte do governo tornará mais difícil o papel da oposição, o que será compensado pela firmeza de atuação. “Trabalharemos como uma oposição que buscará uma interação maior com segmentos da sociedade para ampliar suas forças. Queremos atuar para cumprir nosso papel de denunciar e fiscalizar o governo”, garantiu.
A dificuldade para alcançar maior aproximação com os segmentos organizados ocorreu durante o governo Lula porque a oposição enfrentou um jogo desigual e o aparelhamento do Estado. “Há uma relação de promiscuidade do Executivo com organizações não governamentais e corporações sindicais sustentadas pelo dinheiro público. Vamos nos aproximar daqueles grupos que não concordam com essa postura”, explicou Dias.
O senador também defendeu a autonomia do Legislativo e afirmou que a submissão do Congresso ao governo, praticada durante a “era Lula”, também enfraqueceu a oposição e deu espaço para a prática de negociações espúrias como o mensalão. “A interdependência consagrada na Constituição tem que ser revigorada. O Legislativo não tem exercitado sua autonomia plenamente, pois tem sido subjugado pelo Executivo. Com isso, surgiu o mensalão, o balcão de trocas”, alertou.
O líder tucano fez a defesa das reformas políticas e tributária e garantiu que não houve interesse do governo em realizá-las. “O governo federal hoje arrecada horrores e cada vez mais. Por isso, tem receio de perder receitas. A visão é imediatista, oportunista e não há perspectiva de futuro. Se tivesse, a reforma ocorreria, já que certamente com a redução da carga tributária o país crescerá mais e o governo arrecadará mais, só que com o povo pagando menos”, apontou.
Fonte: Diário Tucano