Pará fortalece combate à violência contra crianças e adolescentes

Acompanhe - 12/04/2016

Resize (1)O tema não é dos mais simples e sempre levanta debates pelo Brasil e pelo mundo: a violência sexual contra crianças e adolescentes. No Pará, não é diferente. Órgãos e entidades estaduais buscam alternativas para enfrentar esse tipo de violência. Na manhã desta terça-feira (12), o pesquisador e consultor do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef-Brasil), Benedito Rodrigues dos Santos, proferiu palestra sobre o tema “Enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes”, no auditório do Palácio do Governo, uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Fundação Pro Paz.

Para Benedito Rodrigues, o Pará tem sido exemplo para o restante do país em políticas de combate à violência contra crianças e adolescentes. Ele também destacou o trabalho desenvolvido pelo Centro de Referência do Pro Paz Integrado. “Neste momento de crise econômica do país, quando a primeira atitude dos governantes é cortar os gastos com social, o Pará tem dado um grande exemplo de vontade política ao manter esses centros integrados para o atendimento de crianças e adolescentes”, observou o consultor do Unicef.

O tema foi pautado às vésperas do Dia Estadual de Enfrentamento à Violência, Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado no próximo sábado (16) e instituído pela Lei Estadual nº 8.101, de 9 de janeiro de 2015. Vários representantes de órgãos ligados ao tema também participaram do evento. Segundo a titular da Secretaria Extraordinária de Estado de Integração de Políticas Sociais (Seeips), Izabela Jatene, o combate a este problema social envolve todas as instâncias. “Quando falamos da questão da violência sexual contra crianças e adolescentes, visamos primeiramente a prevenção. Caso a prevenção não aconteça e, consequentemente, a criança sofra algum tipo de violência sexual, entra a ação do Pro Paz Integrado”, explicou Izabela Jatene.

O trabalho desenvolvido pelo Pro Paz é fundamental para que a criança possa ser integrada a uma rede, com esporte, lazer, na própria escola, e também acompanhamento de seu retorno à integração familiar. “É necessário que não apenas a criança seja trabalhada, mas a família também. Afinal, sabemos que geralmente o agressor é aquele que está mais próximo da criança, portanto, é necessário que se reveja o papel da família quando se identifica este tipo de agressão”, detalhou a titular da Seeips.

Segundo o presidente da Fundação Pro Paz, Jorge Bittencourt, entre 2004 e 2015 foram atendidas 13.840 crianças e adolescentes vítimas de violência sexual pelo Pro Paz Integrado. “Nestes 12 anos de caminhada, nós já tivemos quase 14 mil casos de crianças e adolescentes dando entrada no Pro Paz Integrado. Mas este não é o número final de atendimentos, pois ao dar entrada, ela recebe vários atendimentos cumprindo o nosso protocolo. Também atendemos aos familiares dessas crianças. Portanto, estamos falando de mais de 40 mil atendimentos realizados pelo Pro Paz Integrado englobando todos os órgãos parceiros”, afirmou Jorge Bittencourt.

Ana Júlia Moreira é psicóloga do Pro Paz Integrado desde 2004, e diz que no decorrer dos anos percebeu um aumento significativo de crianças chegando até a instituição para receber atendimento. “Isso não significa que a violência aumentou, e sim que a sociedade passou a ter mais conscientização e confiança nos órgãos governamentais para então denunciar e fazer o tratamento”, observou, ao ressaltar que o tratamento psicológico pode ser iniciado a qualquer momento, desde que fique constatado que é um caso de suspeita de violência sexual.

A Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) também está inserida nas ações de combate à violência sexual contra crianças e adolescentes no Pará. “A Secretaria de Justiça tem participado de forma efetiva e integrada juntamente com a Fundação Pro Paz e a Seeips”, declarou o titular da Sejudh, Michell Durans.

SMS Social – Durante o evento, foi assinado o termo de cooperação técnica entre a Fundação Pro Paz e a telefônica Vivo, para a realização do projeto ‘SMS Social’ que enviará 400 mil torpedos, apenas para números de celulares com prefixo 91, com frases de conscientização quanto a violência sexual contra crianças e adolescentes.

“Nos próximos dias 15 e 16 de abril, estaremos enviando SMS para 400 mil clientes chamando a atenção sobre a importância desta discussão. A ideia é alcançar não somente os formadores de opinião, mas sim aqueles que sofrem esse tipo de violência e também os que estimulam essa prática”, disse o gerente comercial do Pará e Amapá da Vivo, Janderson Anciães.

Denuncie

As denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes podem ser feitas através das esferas federal e estadual (Disque 100 e Disque 181, respectivamente), que dispõem de atendimentos 24h.

*Do portal do governo do Pará

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12/04/2016