Para Macris, apoio político de Palocci a ex-diretor da Petrobras foi para sustentar projeto de poder do PT
“Articulação feita na Petrobras tinha um único objetivo: Dar suporte para um grande projeto político”
Brasília (DF) – O lobista Fernando Soares, o Baiano, afirmou, em seu acordo de delação premiada, que a doação ilegal de R$ 2 milhões à campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010 tinha como objetivo selar um acordo político: o apoio do PT, por meio do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, ao então diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. As informações são da reportagem desta terça-feira (20) da Folha de S. Paulo.
De acordo com o depoimento, Baiano teria levado Costa ao encontro com Palocci, na época deputado federal pelo PT e um dos coordenadores da campanha de Dilma, porque o diretor da estatal temia ser demitido da diretoria caso a petista fosse eleita.
Para o deputado federal Vanderlei Macris (PSDB-SP), a articulação feita na Petrobras tinha um único objetivo: “Dar suporte para um grande projeto político”. E explicou: “Era um projeto de poder patrocinado pelo PT com as suas alianças. Então, todos os movimentos feitos dentro da Petrobras nesse período foram com claro objetivo de sustentar esse projeto político”.
O tucano reiterou que a denúncia de que Palocci teria sustentado uma diretoria dentro da estatal “tinha o mesmo objetivo”.
“Não é de se duvidar que isso tenha acontecido. É claro que a gente depende de provas. Delações pressupõem provas para que possam ser efetivamente consideradas. Então, tudo ainda tem que perpassar por um processo de investigação, mas, sem dúvida nenhuma, não há como se desconsiderar isso. O projeto de poder estava baseado na Petrobras, que é a empresa que mais investia no país nos últimos anos. Ela era a grande mãezona que fornecia recursos para esse projeto de poder”, relatou.
Segundo a reportagem, o acordo com Palocci foi uma espécie de “toma lá, dá cá”: o PT recebeu os R$ 2 milhões enquanto Costa ganhou apoio político para continuar no cargo.
Investigação
O parlamentar ressaltou ainda a necessidade de convocar o ex-ministro para dar explicações.
“Toda possibilidade de aprofundar a investigação é importante, senão ficamos apenas na periferia e não aprofundamos, não apuramos a responsabilidade. Acho que esse aprofundamento da investigação tem que ser feito, se não aqui pela CPI, – porque está com prazo praticamente terminado – que o Ministério Público possa aprofundar essa investigação”, concluiu.