Para Nilson Pinto, grampos telefônicos mostram que Lula tentou aparelhar imprensa
Além de revelarem que a presidente Dilma Rousseff agiu para evitar a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, os grampos das ligações telefônicas do ex-presidente mostram, com clareza, a polêmica relação do petista com a imprensa. Em conversa com Jaques Wagner, por exemplo, Lula revelou que havia orientado o jornalista Mino Carta, da revista Carta Capital, a escrever um artigo contrário ao juiz Sergio Moro e às manifestações de 13 de março. A postura do ex-presidente expõe, na visão do deputado federal Nilson Pinto (PSDB-PA), a típica postura petista de tentar aparelhar os mais diversos setores da sociedade.
“Isso [orientações ao jornalista] revela mais um aspecto da política que o PT desenvolveu em todos os setores desde que assumiu o governo. São rigorosamente coerentes: tentaram aparelhar o Estado em todos os seus componentes e tentaram aparelhar todas as instituições de fora dele”, comentou o parlamentar. “O aparelhamento das estatais, dos ministérios, de todos os órgãos públicos, isso já é ponto pacífico. Além disso, o PT foi muito adiante, e nisso o Lula foi mestre. Partiu para os tribunais, partiu para o Legislativo, e a imprensa não ficou à parte”, completou.
Como revela matéria do jornal Folha de São Paulo publicada nesta sexta-feira (18), em outra conversa, desta vez com o deputado Wadih Damous (PT-RJ), Lula usa palavras de baixo calão ao falar sobre o jornalista Lauro Jardim, colunista do jornal O Globo.
“Liga pro Nilo [Batista, advogado do ex-presidente] e fala ‘Nilo, ó, eu vi a matéria, manda esse Lauro Jardim tomar no c*, que você não pode fazer política citando Lauro Jardim’”, disse Lula ao parlamentar carioca. Dias antes, Jardim havia escrito uma nota em que afirmava que o ex-presidente procurava mais um advogado. As ofensas também foram alvo de duras críticas de Nilson Pinto.
“Esses grampos são reveladores da personalidade do nosso ex-presidente, e é bom que sejam divulgados para o Brasil inteiro, em larga escala, para que todos tenham conhecimento do tipo de pessoas que dirigiu esse país por oito anos e tem a pretensão, que certamente não será realizada, de voltar a governar o país. Felizmente, tudo isso que está acontecendo está servindo para mostrar essa faceta do PT no poder e, particularmente, do ex-presidente Lula”, salientou o tucano. “Esses arroubos que foram detectados nos grampos que foram realizados, essas ameaças, essas bravatas, são tentativas, mais uma vez, de atemorizar, de intimidar. Felizmente, hoje o Lula não intimida mais ninguém”, encerrou o deputado.
