Para tucano, delação de lobista comprova que reeleição de Dilma foi “ilegítima”
O engenheiro polonês Zwi Skornicki, lobista e novo delator da Operação Lava Jato, confessou que fez repasses de US$ 4,5 milhões, por meio de caixa dois, para a campanha de reeleição de Dilma Rousseff à presidência da República, em 2014. Como revela matéria publicada pelo jornal O Globo nesta quinta-feira (9), o delator – que é representante no Brasil do estaleiro Keppel Fels, parceiro e fornecedor da Petrobras em contratos que movimentaram US$ 3 bilhões – disse que os pagamentos foram feitos a pedido do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto entre setembro de 2013 e novembro de 2014. Segundo Skornicki, os valores, que não foram declarados à Justiça Eleitoral, teriam sido pagos em uma conta do marqueteiro João Santana na Suíça.
Para o deputado federal Paulo Martins (PSDB-PR), o relato de Skornicki comprova, mais uma vez, como o Partido do Trabalhadores e seus integrantes se ampararam em esquemas corruptos para continuar no poder.
“O PT jogou fora das regras, o PT passou por cima de tudo. Para eles, é legítimo não respeitar regras, eles desprezam todo o ordenamento jurídico. Isso mostra que é um governo, um projeto de poder, sustentado diretamente pela corrupção. A eleição de Dilma Rousseff é ilegítima. Ela utilizou-se das oportunidades e negócios que o Estado gera para gerar negócios para parceiros, e para esses parceiros financiarem o projeto político do PT”, ressaltou o tucano.
Defesa de Dilma
Ainda de acordo com a reportagem de O Globo, a presidente afastada afirmou, em nota, que as acusações do engenheiro são “mentirosas e levianas”. A petista também disse que a delação é parte de uma “onda de novas calúnias e difamações dirigidas contra a sua honra”. Já o advogado da chapa formada por Dilma e Michel Temer, Flávio Caetano, classificou o material como um “vazamento seletivo de informações de acordo de colaboração que ainda não é oficial”.
Paulo Martins criticou duramente os argumentos usados pela petista para se defender das graves denúncias. Para ele, a estratégia usada por Dilma de se colocar como uma vítima no caso é totalmente desconectada dos fatos já apurados pela Lava Jato.
“Esse discurso não convence nem ela diante do próprio espelho. O número de delatores, a realidade que se mostra logo após cada um falar, a parte documental, o dinheiro localizado fora em contas, enfim, tudo isso demonstra que o esquema existia. Ela acusar uma conspiração, sendo ela a poderosa da história – porque ela que tinha condição de conspirar contra os outros, e não o contrário – é patético, e mostra que essa senhora ou é uma dissimulada ou não tem nenhum apego com a realidade.”
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