Parintins (AM) incentiva a educação inclusiva

Parintins, no interior do Amazonas, é famosa no Brasil e no exterior pela sua cultura. A cada ano, milhares de turistas à tradicional disputa entre os bois Caprichoso e Garantido, numa saudável competição das torcidas Vermelha e Azul.

Acompanhe - 25/06/2012

Sob administração do PSDB, a cidade, conhecida pela promoção do turismo e da cultura, investe na formação cidadã, por meio da capacitação docente e da ampliação do acesso ao ensino especial

Brasília – Parintins, no interior do Amazonas, é famosa no Brasil e no exterior pela sua cultura. A cada ano, milhares de turistas à tradicional disputa entre os bois Caprichoso e Garantido, numa saudável competição das torcidas Vermelha e Azul.

O turismo é o carro-chefe da economia local, mas não é o único pilar do cotidiano de Parintins. Afinal, trata-se de um município com mais de 100 mil habitantes, o segunda maior do estado. Administrá-la é conviver com dificuldades típicas das cidades de médio porte.

Como, por exemplo, o desafio de oferecer uma educação de qualidade, que prepare as crianças e jovens para o mercado de trabalho. A gestão do prefeito Bi Garcia (PSDB) implantou uma série de medidas para transformar a educação. Entre elas, o incremento à profissionalização dos professores com a apresentação de um plano de carreira aos docentes, que também passaram a contar com reforço para a capacitação. O executivo investiu em cursos de graduação. Resultado: o número de professores com ensino superior teve aumento de mais de 700% entre 2004 e 2011.

Conquistas vieram também na área de infraestrutura. Garcia, eleito em 2004, reconduzido ao posto em 2008, construiu 147 novas escolas –incluindo desde os prédios convencionais na área urbana até os climatizados e os situados em regiões mais distantes. Houve também um investimento maior nas áreas de merenda e transporte escolar. A gestão municipal compreendeu que, para que a educação funcione, não basta erguer escolas; é preciso municiar estudantes e professores com todos os recursos possíveis.

Parintins investiu no transporte escolar

Cidadania
Mas, o principal avanço foi o verificado no ensino das pessoas com deficiência. O atendimento aos jovens e crianças com deficiência em Parintins era, no campo educacional, frágil. As escolas não ofereciam ensino integrado para esse público – que permanecia distante das instituições comuns (e, portanto, dos outros jovens de sua idade), dependendo essencialmente de entidades beneficentes, como a Fundação Pestalozzi e outras.

“Quem não conseguia ser atendido por essas fundações ficava de fora do processo educacional”, relata Bi Garcia.

Os reflexos se verificavam na pequena inserção dessas pessoas no mercado de trabalho e também na baixa autoestima, entre outros aspectos. Tudo isso que deu nova cara ao cotidiano das pessoas com deficiência em Parintins teve início em 2007. Naquele ano, o prefeito estabeleceu uma meta: atender, pela rede pública de ensino, alunos com deficiência nas mesmas escolas que os demais, garantindo-lhes subsídios para as necessidades específicas, ao mesmo tempo, integrando-os com os demais jovens e ao projeto pedagógico.

O caminhar para o alcance do objetivo se deu com um novo patamar na capacitação dos profissionais e com a preparação da infraestrutura. Professores e trabalhadores da educação foram qualificados para lidar com essa nova realidade. A prefeitura promoveu cursos, trazendo especialistas para a difusão dos conhecimentos. Em todos os concursos públicos desde então, passou-se a requisitar conteúdo ligado à área da deficiência. E, além dos profissionais ligados ao ensino propriamente dito, investiu-se na contratação de médicos para a prestação de atendimento.

Transformação
Em termos de infraestrutura, as escolas já existentes na cidade passaram a ser planejadas para receber esse público. Além de obras para ampliação da acessibilidade, foram construídas salas de informática e adquiridos material pedagógico. O transporte escolar também foi incrementado, por meio da aquisição de veículos adaptados: carros e ônibus, como também lanchas, imprescindíveis na rotina amazônica.

Hoje, Parintins tem uma média de 550 alunos com deficiência na rede pública. Eles frequentam as escolas convencionais e, após o término de um dia rotineiro de estudo, recebem aulas específicas, de acordo com as deficiências e necessidades de cada um. Aprendem informática, braile, libras e outros conteúdos, com carga adicional de quatro horas diárias.

“Não buscamos nada além do óbvio: atender a todos de maneira igual. Precisamos desses jovens dentro das escolas, e não acuados por uma rede de ensino que não lhes atenda. Acredito que conseguimos o objetivo, ao melhorarmos o atendimento nas escolas convencionais e fornecermos este turno extra de estudo”, afirmou o prefeito.

Hoje, com o sucesso do programa de atendimento aos alunos com deficiência, Parintins se tornou um ponto para outro tipo de turismo: além dos interessados no Caprichoso e no Garantido, cada vez mais sedia cursos e encontros de professores e pedagogos de outros municípios do Amazonas.

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25/06/2012