Paulo Renato: “Lula mente deslavadamente”

Em nota, ex-ministro e atual secretário de São Paulo, desmente o presidente e mostra os verdadeiros números da Educação

Acompanhe - 10/09/2010

Hoje, em evento de inauguração do Instituto Federal de Ensino Técnico de Suzano, São Paulo, o Presidente Lula criticou pessoalmente a mim e ao Presidente Fernando Henrique Cardoso por nossa atuação na Educação brasileira. Em relação a mim afirmou sua Excelência que por ter sido Reitor da Unicamp e “portanto, muito letrado” (sic), teria acabado com a responsabilidade do Governo Federal no ensino profissional. Disse também que “teve presidente, doutorado, com pós-graduação, aonde vocês imaginarem, que não fez nenhuma universidade nesse país” (sic).

Colocou-se na posição da pessoa que não estudou, mas teria investido mais do que qualquer um na educação. Ao vangloriar-se de não haver estudado, procura despertar a pieguice nacional e colocar um escudo para não ser atacado “pelas elites”. Não me comove e não tenho esses preconceitos. Lula não estudou porque não quis; porque não valoriza a educação. Outros companheiros seus – sindicalistas iguais a ele – o fizeram e concluíram seus cursos superiores.

Ao afirmar ser o Presidente que mais teria criado Universidades e Escolas Técnicas Federais, mente deslavadamente. O número de matrículas nos cursos de graduação nas universidades federais cresceu no governo do PSDB a uma taxa anual duas vezes maior do que no do PT.  Houve mais matrículas novas nas federais apenas nos 4 anos do segundo mandato de FHC do que em 6 anos de governo Lula: 158 mil novas matriculas entre 1998 e 2003, contra 76 mil entre 2003 e 2008. Nos cursos noturnos – que interessam aos mais pobres que precisam trabalhar e estudar – a matrícula cresceu 100% no Governo FHC e apenas 15% nos seis primeiros anos do Governo Lula.

O que cresceu no governo Lula foram vagas mal planejadas e ociosas e a evasão escolar – além de gastos e contratações de pessoal. Entre 2003 e 2008, diminuiu em termos absolutos o número de formandos nas federais: foram 84.036 em 2008, contra 84.341 em 2003. Em número de formandos, é enorme o contraste com o governo FHC. Entre 1998 e 2003 – ou seja, considerando-se apenas o segundo mandato de FHC – houve aumento de 40% de formandos nas federais.

No caso do Ensino Técnico Profissionalizante, a expansão das matrículas nas escolas técnicas federais no Governo FHC foi várias vezes maior do que no governo Lula: apenas nos dois últimos anos do Governo FHC (dados de 2001-2003): crescimento de 41%; no primeiro mandato de Lula (dados de 2003-2007): crescimento total de apenas 3,9%; nos seis anos de Lula (dados de 2003-2009): apenas 9,0%.

Nos dois últimos governos do PSDB em São Paulo, foram criadas 45 mil novas vagas nas escolas técnicas estaduais de São Paulo. Sob Lula, no mesmo período, o aumento foi de pouco mais de 7 mil novas vagas nas escolas técnicas federais de todo o Brasil!

São Paulo, 10 de setembro de 2010.

Paulo Renato Souza

Deputado Federal, Secretário de Educação de São Paulo

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10/09/2010