Plano de banda larga tem caráter eleitoral
Fruet critica atraso na implantação de internet rápida
Fruet critica atraso na implantação de internet rápida
Brasília (03/12/10) – Ao comentar o adiamento da instalação de conexão das primeiras cem cidades a serem cobertas pelo Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), o líder da minoria na Câmara, deputado Gustavo Fruet (PR), afirmou que prevaleceu a lógica eleitoral. “O governo mostra novamente que o projeto de banda larga tinha caráter eleitoral, não efetivo”, disse.
Nesta semana, o governo anunciou o adiamento de dezembro para abril do próximo ano do prazo final de conexão das cem primeiras cidades a serem contempladas pelo programa. De acordo com a Telebrás, o atraso no processo está atrelado à lentidão nas licitações das conexões e a razões burocráticas.
Fruet contesta a versão da estatal. “O plano é importante, é necessário, já está atrasado, há recurso. O investimento é fundamental para o País, mas houve uma pressão e expectativa durante as eleições”, disse. “Na verdade, o governo tentou passar uma ideia de que estava tudo pronto, efetivado. Porém, não estava nada pronto.”
O deputado recorda que não é a primeira vez que a proposta é adiada. Em maio, ao anunciar o Plano Nacional de Banda Larga, o governo prometera levar internet rápida e barata a cem cidades em dezembro de 2010. Passada a eleição, descumpriu o prometido.
Na ocasião do anúncio, o governo havia beneficiado os municípios comandados pelos partidos aliados do Palácio do Planalto. “Em maio, nós fizemos uma série de questionamentos ao governo, até porque já se indicava que as cidades que iriam receber os primeiros investimentos eram cidades administradas por partidos aliados do governo”, disse Fruet.
Como o cronograma está atrasado, os primeiros contratos só deverão ser assinados no dia 15, o que permitirá apenas a entrada de algumas cidades no plano até o fim do ano. Assim, a Telebrás deverá concentrar no ano duas metas: a de 2010 e a de 2011, que prevê a conexão de mais 1.063 municípios.
A previsão do plano é levar internet com velocidade mínima de 512 kbps a um preço de até R$ 35. A meta é levar banda larga de baixo custo e alta velocidade a 4.283 municípios localizados em 26 estados e o Distrito Federal, atendendo a 88% da população brasileira até 2014.