Presidente se comporta como militante radical

Críticas à oposição estão relacionadas ao fim da CPMF

Acompanhe - 03/11/2010

Críticas à oposição estão relacionadas ao fim da CPMF

Brasília (03) – O presidente da República comporta-se como um militante radical, sem compromisso com a verdade. Durante oito anos, segundo os deputados Antonio Carlos Pannunzio (SP) e Gustavo Fruet (PR), ele promoveu a discórdia e a divisão da população brasileira. “Uma retrospectiva da oposição raivosa dos petistas”, afirma Pannunzio.

Em sua estratégia de dividir o País, Luiz Inácio Lula da Silva voltou a atacar a oposição nesta quarta-feira. Acusou-a de fazer uma política da vingança, em entrevista à imprensa. Pannunzio afirma que a declaração é incoerente com a postura dos petistas durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Oposição raivosa exerceram os parlamentares do partido de Dilma Rousseff. O presidente tem se comportado como um militante radical.”

Sem mencionar o episódio, Lula fazia referência à CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), extinta em 2008. A extinção ocorreu porque os recursos da contribuição, que deveriam ir para a saúde, foram desviados para outros setores.

“Como a carga tributária do País estava muito elevada e o recurso da CPMF não ia para a saúde, nós (da oposição) impedimos a renovação da CPMF”, defende o senador Alvaro Dias (PR). Para ele, as críticas à oposição estão, sim, relacionadas à derrubada da contribuição. “Porém, era uma exigência do povo. Seguimos a voz da população”, afirma.

Gustavo Fruet também condena as declarações e afirma que o presidente padece de amnésia. O deputado recorda um episódio do ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT).  Com menos de um mês do segundo mandato de Fernando Henrique, o petista publicou um artigo na Folha de S. Paulo pedindo o impeachment do tucano, reeleito em primeiro turno, em 1998.

“Foi um episódio lamentável para a oposição da época. Acusar um presidente eleito democraticamente é o símbolo de uma oposição raivosa, que nada tem a acrescentar ao Brasil”, afirmou. “Em compensação, a oposição ao governo petista sempre se portou de forma pacífica e propositiva. A declaração do presidente foi, no mínimo, infeliz”, completou.

Em abril último, o senador Aécio Neves (MG) já havia mencionado que os petistas viraram às costas à democracia. Em discurso no pré-lançamento da campanha de José Serra à Presidência, Aécio foi enfático: “Se o Brasil hoje é melhor, isso se deve à eleição de Tancredo Neves à Presidência, em 1985. E eles (petista) negaram o seu voto”.

Na raivosa oposição, os petistas, além de terem sido contrários à eleição de Tancredo Neves, se recusaram a assinar a Constituição Federal, a participar do governo de Itamar Franco, votaram contra o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei de Petróleo, entre outros exemplos. “Eles também disseram ‘não’ mais uma vez”, disse Aécio.

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03/11/2010