PSDB comenta a demissão de Nelson Jobim
“Diante da sua qualidade, não tinha mais o que fazer em um governo Dilma”, diz Sérgio Guerra
“Diante da sua qualidade, não tinha mais o que fazer em um governo Dilma”, diz Sérgio Guerra
Brasília (04) – Parlamentares do PSDB comentaram nesta sexta-feira a demissão, pela presidente Dilma Rousseff, do ministro da Defesa, Nelson Jobim. Para o Presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), o ex-ministro “não se ajustava mais ao governo, estava claramente deslocado”.
Jobim foi demitido pela Presidente petista depois de demonstrar independência crítica ao governo petista. “Diante da sua qualidade, não tinha mais o que fazer em um governo Dilma”, diz o presidente do PSDB.
Para o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias, a demissão, por conta de suas opiniões, representa um retrocesso e estampa a desorganização do governo.
“Jobim nada mais fez do que manifestar deu desconforto com um governo no qual é transparente a falta de articulação política e de capacidade de liderança, que passam à sociedade a impressão de ausência de organização para produzir políticas capazes de levar o Brasil a um novo patamar de crescimento e desenvolvimento. A demissão representou um retrocesso, uma afronta à liberdade de expressão que qualquer um deve exercitar mesmo sendo ministro”, lamenta o senador paranaense.
O líder da bancada lembrou ainda, que Nelson Jobim articulava junto à oposição a aprovação de uma proposta para a Comissão da Verdade, e tinha agendada uma conversa com a bancada do PSDB sobre o assunto para a próxima terça-feira. Para Dias, a demissão não resolverá a crise no governo.
O senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) também comentou a demissão e considerou ser esta uma importante perda para o governo do PT. “É uma parte boa do governo brasileiro que vai embora. Jobim é experiente, testado no cargo, tem autoridade moral. Sob sua liderança, o Ministério da Defesa se consolidou e formulou uma estratégia nacional de defesa”, afirmou o vice-líder.
Câmara dos Deputados
A saída comprova que a Presidente tem concentrado esforços apenas para resolver conflitos internos, enquanto que a administração do Brasil fica em segundo plano, com a inflação batendo à porta, juros altos, baixos investimentos em infraestrutura e precários serviços prestados à população, avaliam os deputados Reinaldo Azambuja (MS) e Rui Palmeira (AL).
Jobim é o terceiro ministro a deixar a Esplanada e a quinta alteração ministerial em sete meses. Antes, Antonio Palocci (Casa Civil) foi exonerado por suspeita de enriquecimento ilícito e Alfredo Nascimento (Transportes) por denúncia de corrupção. Ideli Salvatti trocou o Ministério da Pesca por Relações Institucionais, substituindo Luiz Sérgio, que recebeu como prêmio de consolo o cargo da petista.
“Isso é ruim para o país, gostaríamos de ter um governo que fizesse as coisas acontecerem a favor da sociedade, mas não é isso que vemos”, criticou Azambuja.
Também para Rui Palmeira, Jobim foi vítima da sinceridade, pois perdeu o cargo por fazer afirmações que incomodaram o Planalto. “Ele sai não por um escândalo como os anteriores, mas por dizer a verdade. Foi transparente demais e causou inconveniência no governo”.
“Infelizmente, no lugar de demitir os diversos auxiliares envolvidos em denúncias de corrupção e irregularidades – ou fazê-lo a conta-gotas – a presidente Dilma abre mão de um ministro que vinha realizando um bom trabalho. Com isso, o Governo Federal, já eivado de problemas que vão de desvios de recursos à inoperância, como no caso da pífia execução do PAC, perde ainda mais qualidade”, acrescenta o líder da bancada, deputado Duarte Nogueira, em declaração ao G1.
Com informações do Diário Tucano e da Assessoria de Comunicação da Liderança do PSDB no Senado – Foto: Paula Sholl