PSDB discute processo de fortalecimento do partido
A disposição dos tucanos é fazer no Congresso Nacional uma oposição incisiva ao governo
A disposição dos tucanos é fazer no Congresso Nacional uma oposição incisiva ao governo
Brasília (18) – Na primeira reunião após as eleições, a Executiva Nacional do PSDB discutiu nesta quinta-feira um processo de reestruturação e fortalecimento do partido. O primeiro desafio é organizar as convenções municipais , estaduais e nacional. “Vai haver uma ação com vistas às convenções”, disse o presidente, senador Sérgio Guerra (PE). Os encontros serão realizados, respectivamente, até os dias 20 de março, 17 de abril e 29 de maio.
Durante a reunião, foi criado um grupo que proporá a agenda de trabalho. “Vamos propor medidas para que essas convenções já estejam inseridas no projeto de reconstrução, ampliação e democratização do partido”, acrescentou Guerra.
O grupo será formado pelo líder do partido na Câmara, João Almeida (BA), pelos deputados Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES), Walter Feldman (SP) e Carlos Sampaio (SP), e pelo secretário-geral, Rodrigo de Castro (MG).
A primeira medida prevista é o recadastramento dos filiados, a fim de incentivar a participação e o vínculo efetivo dos militantes e simpatizantes com o partido. Também deverá ser feita outra reunião, mais ampla, que deverá ter a participação do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, do ex-governador José Serra (SP), senadores, entre eles, Aécio Neves (MG) e também os deputados eleitos. Neste encontro, deverá ser discutida a proposta de Aécio de formar um grupo de notáveis para reformular o programa do partido.
Antes desta reunião maior, deverá haver um encontro dos governadores eleitos pelo partido. Esta reunião está sendo preparada pelo governador reeleito Teotônio Vilela (AL) que esteve nesta quinta-feira em Brasília. Segundo ele, a data prevista para o encontro é a sexta-feira, dia 20 e deverá ser em Maceió.
OPOSIÇÃO INCISIVA
Um consenso da reunião da Executiva é que o partido fará “dura oposição” ao governo federal como forma de defender os 45% de eleitores que votaram no candidato à Presidência José Serra (SP). “A população exige-nos atitude, identidade, transparência e firmeza”, disse. “Quanto menos cadeiras tem a oposição, mais ela terá que ser combativa. Não nos faltarão vozes no parlamento para isso”.
A postura inclui críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Se em algum momento alguém não fez ao presidente a crítica que ele deveria receber, será feita agora”, avaliou. E lembrou que “a participação do presidente Lula nesta campanha não foi democrática e não foi legal. Trata-se de oposição ao governo Dilma e ao que ela representa.”
Walter Feldman mostrou o tom da postura que será adotada: “A eleição, no Brasil, se sobrepõe à politica. O processo se dá a partir do interesse eleitoral. Falta o debate das ideias. Precisamos repensar o partido, os programas, as ideias”, disse. Presente ao encontro, Vellozo Lucas completou: “A agenda deve conter vários ingredientes em defesa de valores. Estamos motivados para empreender um programa audacioso de fortalecimento das bases do partido”.