“PSDB já alertava para efeitos da crise econômica desde 2013”, lembra secretário-geral do partido
Mesmo afastada da Presidência, Dilma Rousseff continua a usar a mentira como desculpa pelos erros de sua gestão
Brasília (DF) – Mesmo afastada da Presidência da República, a petista Dilma Rousseff continua a usar a mentira como desculpa pelos erros de sua gestão. Dessa vez, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo publicada no domingo (29), a presidente afastada chegou ao cúmulo de dizer que, durante a campanha eleitoral de 2014, ninguém havia alertado para os perigos da crise. “Me mostra a oposição falando que tinha crise no Brasil”, disse.
A verdade é que, desde 2013, o PSDB vem sistematicamente alertando o governo e a população sobre os erros cometidos na política econômica e as consequências disso para os brasileiros. Em junho de 2013, em entrevista à revista Época (leia AQUI), o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, já se mostrava apreensivo com a situação econômica do país. “Esse cenário é de extrema preocupação. O governo se acostumou a terceirizar as responsabilidades, a atribuir as crises a fatores externos. Agora, não dá para dizer que os problemas não são causados aqui”, afirmou na ocasião.
Em novembro do mesmo ano, o tucano alertou, em entrevista em Porto Alegre (RS), para a falta de credibilidade externa do país. “O aprendizado do PT está custando muito caro ao Brasil”, afirmou. “Crescimento pífio, maquiagem fiscal, inflação alta e a desconfiança em relação ao Brasil é enorme. Há um descontrole total. Tenho respeito pela presidente Dilma. Mas, infelizmente, o governo da presidente Dilma fracassou, não podemos nos contentar e achar que tudo é normal”, destacou (leia AQUI).
Já durante a campanha presidencial de 2014, Aécio Neves, como candidato do PSDB, reiterou que a situação do Brasil era grave, e que era preciso que o governo de Dilma Rousseff reconhecesse isso. “O governo do PT e o governo da candidata Dilma Rousseff fracassou na condução da economia, pois nos deixará uma inflação saindo de controle, por mais que ela não a reconheça, um crescimento pífio, fracassou na gestão do Estado nacional”, salientou em debate transmitido pela TV Globo no dia 24 de outubro de 2014, durante o segundo turno das eleições (assista AQUI).
“Lamentavelmente, esse é o retrato do Brasil Real, não é o retrato do Brasil da propaganda do seu marqueteiro”, acrescentou.
Brasil da propaganda
A contradição na fala da presidente Dilma Rousseff também se agrava pelo fato de que, durante a campanha eleitoral, sua própria propaganda rechaçou a ideia de uma possível crise econômica no Brasil. Em tom zombeteiro, o marqueteiro da petista, João Santana, hoje preso no âmbito da Operação Lava Jato, criou o personagem ‘Pessimildo’, ironizando os críticos do governo que alertavam para problemas como o do desemprego crescente. Hoje, já são mais de 11 milhões de desempregados no país, e os números continuam a subir.
Terceirização de responsabilidades
Para o secretário-geral do PSDB, deputado federal Silvio Torres (SP), a entrevista concedida por Dilma Rousseff à Folha comprova, para quem ainda tinha dúvidas sobre a necessidade do afastamento da petista da Presidência da República, que Dilma terceiriza suas responsabilidades e que ela perdeu todas as condições de continuar governando o Brasil.
“É uma entrevista em que não se percebe nenhuma responsabilidade assumida. Ao contrário, tenta passar as responsabilidades que seriam dela, as medidas que ela [Dilma] deveria ter tomado, para terceiros, alega que desconhecia fatos. Um dos fatos que ela alega que desconhecia é de que ninguém da oposição a tinha alertado que a crise no Brasil já era grave e poderia ser pior, ao contrário do que aconteceu na realidade. O que mais se falou, o que mais o candidato Aécio Neves fez, foi mostrar para o Brasil e para ela, chamando a responsabilidade, que o Brasil caminhava para uma situação econômica das piores. Não só as contas do governo, como também a própria economia, que sofreria as consequências”, rebateu.
“Dilma parece que esqueceu de quem ela era em 2014, assim como parece ter se esquecido de 2015, e parece que, em 2016, ela continua ainda sem saber o que acontece em torno dela, o que está se passando com o próprio país. É lamentável que uma presidente afastada, que ainda pretende voltar ao poder, revele a sua total incapacidade de continuar governando. É por isso que não tenho nenhuma dúvida de que ela não voltará ao poder”, completou o parlamentar.