‘PT aparelhou o Movimento Sem Terra para trabalhar a serviço de seu governo’, destaca Nilson Pinto
Para o deputado, o MST não tem “legitimidade” para invadir terras por ser uma “milícia bancada pelo governo federal”
Brasília (DF) – Há tempos o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deixou de priorizar a pauta da reforma agrária e a agenda dos trabalhadores rurais do país, dando preferência aos interesses das gestões petistas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff. É a avaliação que o deputado federal Nilson Pinto (PSDB-PA) faz diante da nota divulgada pelo MST na manhã desta segunda-feira (09/05), dizendo que o movimento invadiu uma fazenda de 1500 hectares em Duartina (SP) supostamente ligada ao vice-presidente da República, Michel Temer.
O MST alegou que invadiu a propriedade com o objetivo de “denunciar as conspirações golpistas de Temer”. Para Nilson Pinto, o movimento não tem legitimidade para representar os trabalhadores sem terra do país.
“O MST não tem legitimidade para fazer o que está fazendo, e só o faz porque não é um movimento do trabalhador sem terra. O MST é uma milícia bancada pelo governo federal, pelo governo do PT. Ele é mantido pelo governo através de convênios que são celebrados entre o ministério do Desenvolvimento Agrário e organizações não-governamentais que sustentam o movimento para fazer terrorismo, agressões, para cometer violências, para trabalhar com uma máfia rural a serviço do PT”, afirmou.
O parlamentar acusou o governo petista de aparelhar o movimento, que agora trabalha a serviço do governo, ao invés de dar atenção a políticas de reforma agrária. Para se ter uma ideia, no primeiro mandato de Dilma Rousseff o número de famílias assentadas caiu 54% em relação aos quatro anos anteriores. Os dados são do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Esse foi o pior resultado para um presidente em 20 anos.
“É uma vergonha que depois de 13 anos de governo do PT, ainda existam sem terras neste país. Não tem porque existir. Quem conhece outros países percebe que é uma insanidade, um absurdo, a existência de tal exército de movimentos do MST no Brasil. Morei na Alemanha por cinco anos. Tem 80 milhões de habitantes morando em um país que é 20 vezes menor do que o Brasil, e não tem uma única pessoa sem terra. Aqui no Brasil, com uma enorme área geográfica disponível, nós temos um movimento que cresceu nesses 13 anos do PT, mostrando a incompetência da política de reforma agrária do governo do PT”, destacou.
Parte do erro da gestão petista, segundo Nilson Pinto, foi ignorar os avanços conquistados pelas gestões anteriores, em especial a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A consequência foi uma causa, a da reforma agrária, relegada ao esquecimento e, posteriormente, um movimento aparelhado.
“A reforma agrária andou no tempo do presidente Fernando Henrique Cardoso, quando nós tivemos de fato trabalhos de assentamentos, de reforma agrária e de valorização agrícola. Depois disso, o governo do PT desconheceu todo o trabalho correto para colocar em prática a reforma agrária, e o que nós tivemos foi o aparelhamento do movimento sem terra. Na verdade, interessou ao governo PT aparelhar o movimento, trazer para o governo essas lideranças, transformar o movimento em milícia, para que essa milícia sustentasse as ações terroristas que são realizadas pelo governo contra seus adversários”, considerou.
O deputado completou dizendo que o fato da presidente Dilma não “ter feito absolutamente nada na área” prova que o governo petista trabalhou não para rever a questão agrária no Brasil, mas para manter ao seu lado militantes fiéis ao seu viés ideológico.
“Foi uma distorção, um desvio de conduta pelo qual a presidente ainda vai, futuramente, ser processada”, concluiu o tucano.