PT privatiza o estado ao confundir público com privado
Líder tucano acredita existir outros casos de tráfico de influência no governo
Líder tucano acredita existir outros casos de tráfico de influência no governo
Brasília (08) – Num período marcado pela onda de corrupção que arrastou a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra para fora do governo, o projeto de estatização defendido pelo partido da candidata à Presidência, Dilma Rousseff (PT), tem como diretrizes o loteamento político das instituições públicas, e “a privatização do estado, a ponto de confundir o público com o privado”. A avaliação é do líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida (BA).
“As denúncias de tráfico de influência, de contratos suspeitos de empresas privadas com o governo e de distribuição de propina na porta ao lado à do presidente (no caso, na Casa Civil) revelam a verdadeira estratégia de poder do PT: a privatização do estado, transformando a coisa pública em privada”, critica o deputado.
O escândalo de tráfico de influência envolvendo a ex-ministra Erenice Guerra, braço direito e substituta de Dilma Rousseff na Casa Civil, nem foram apuradas e outro escândalo vem à tona. A novidade é uma pareceria entre a Petrobras e uma empresa de eventos – Capacitá – do diretor da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), Ibanês César Cássel.
Ligado à candidata petista de que foi assessor ainda no Rio Grande do Sul, Cássel fechou dois contratos com a estatal do petróleo. O primeiro, segundo O Globo, refere-se à inauguração da plataforma P-53, em setembro de 2008 no Rio Grande do Sul (RS). Em outro convênio, a Capacità conseguiu o patrocínio do evento “Porto Alegre – Uma visão de futuro”, em 2008. O negócio de R$ 100 mil foi assinado sem licitação. A reportagem mostra que os dois convênios renderam R$ 538.755,65 à empresa de Cássel.
Na opinião de Almeida, a prática “não é nenhuma novidade”. Trata-se apenas de nova evidência de “companheiros que foram beneficiados” pela máquina pública. “Há sem sombra de dúvida outros casos, que mais cedo ou mais tarde serão descobertos”, destaca.
Para o deputado Gustavo Fruet (PR), o governo está pouco preocupado com a ética e a moral. Ele cita como exemplo o escândalo de tráfico de influência na Casa Civil. Como denunciou a imprensa, Erenice Guerra empregou o filho Israel Guerra, acusado de intermediar contratos – mediante pagamento de propina – entre empresas privadas e o governo federal, o outro filho Saulo Guerra, os irmãos Maria Euriza e José Euricélio, e uma cunhada.
Para Fruet, durante oitos anos, o PT loteou as agências reguladoras, a administração pública direta e indireta, ministérios e estatais: um projeto de poder. “O mandato do atual presidente chega ao fim de forma lamentável, com aliados buscando tirar proveito de cargos públicos”, condena.