PT privatiza o estado ao confundir público com privado

Líder tucano acredita existir outros casos de tráfico de influência no governo

Acompanhe - 08/10/2010

Líder tucano acredita existir outros casos de tráfico de influência no governo

Brasília (08) – Num período marcado pela onda de corrupção que arrastou a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra para fora do governo, o projeto de estatização defendido pelo partido da candidata à Presidência, Dilma Rousseff (PT), tem como diretrizes o loteamento político das instituições públicas, e “a privatização do estado, a ponto de confundir o público com o privado”. A avaliação é do líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida (BA).

“As denúncias de tráfico de influência, de contratos suspeitos de empresas privadas com o governo e de distribuição de propina na porta ao lado à do presidente (no caso, na Casa Civil) revelam a verdadeira estratégia de poder do PT: a privatização do estado, transformando a coisa pública em privada”, critica o deputado.

O escândalo de tráfico de influência envolvendo a ex-ministra Erenice Guerra, braço direito e substituta de Dilma Rousseff na Casa Civil, nem foram apuradas e outro escândalo vem à tona. A novidade é uma pareceria entre a Petrobras e uma empresa de eventos – Capacitá –  do diretor da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), Ibanês César Cássel.

Ligado à candidata petista de que foi assessor ainda no Rio Grande do Sul, Cássel fechou dois contratos com a estatal do petróleo. O primeiro, segundo O Globo, refere-se à inauguração da plataforma P-53, em setembro de 2008 no Rio Grande do Sul (RS). Em outro convênio, a Capacità conseguiu o patrocínio do evento “Porto Alegre – Uma visão de futuro”, em 2008. O negócio de R$ 100 mil foi assinado sem licitação. A reportagem mostra que os dois convênios renderam R$ 538.755,65 à empresa de Cássel.

Na opinião de Almeida, a prática “não é nenhuma novidade”. Trata-se apenas de nova evidência de “companheiros que foram beneficiados” pela máquina pública. “Há sem sombra de dúvida outros casos, que mais cedo ou mais tarde serão descobertos”, destaca.

Para o deputado Gustavo Fruet (PR), o governo está pouco preocupado com a ética e a moral. Ele cita como exemplo o escândalo de tráfico de influência na Casa Civil. Como denunciou a imprensa, Erenice Guerra empregou o filho Israel Guerra, acusado de intermediar contratos – mediante pagamento de propina – entre empresas privadas e o governo federal, o outro filho Saulo Guerra, os irmãos Maria Euriza e José Euricélio, e uma cunhada.

Para Fruet, durante oitos anos, o PT loteou as agências reguladoras, a administração pública direta e indireta, ministérios e estatais: um projeto de poder. “O mandato do atual presidente chega ao fim de forma lamentável, com aliados buscando tirar proveito de cargos públicos”, condena.

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08/10/2010