Perillo diz que está pronto para prestar esclarecimentos na CPI do Cachoeira
Transcrição da entrevista:
Pergunta: na semana passada dois senadores discutiram se o senhor iria ou não ser convocado pela CPI do Cachoeira. Um alegava que o senhor teria sido citado mais de 200 vezes em inquérito da Polícia Federal. O senhor está preocupado, está pronto para falar?
Governador: Olha, pelo que vi, muitas pessoas foram citadas indevidamente. A presidente da República, vários ministros do Supremo, vários governadores, prefeitos, parlamentares. Infelizmente, às vezes as pessoas citam nosso nome até mentindo, ou às vezes querendo mostrar algum tipo de intimidade para levar vantagens. Felizmente, estamos muito tranquilos em relação ao governo de Goiás. Eu jamais permiti que alguma empresa pagasse qualquer tipo de propina ao governo. Tomamos muitas medidas no sentido do combate aos jogos ilegais. Mais de 700 operações policiais foram feitas, e 1.900 máquinas foram apreendidas. Essas medidas vão continuar no governo do Estado. Pessoas que precisavam sair do governo deixaram o governo, e nós vamos continuar no rigoroso combate à criminalidade. Desde o princípio pedi para ser investigado pelo Ministério Público Federal, pelo Superior Tribunal de Justiça. Enviei uma carta há mais de 30 dias ao meu partido me colocando á disposição para ir a CPI aqui na Assembleia, cuja propositura foi da base de apoio ao governo, e também para ir a CPMI do Congresso, caso seja necessário. Estou pronto para ir, para esclarecer qualquer coisa, e mais: se for convocado a ir a CPMI, quero propor que ela se estenda às empreiteiras. Acho que seria um dever investigar as relações de todas as empreiteiras com todos os governos, com todas as esferas de poder, quebrar sigilos; enfim, passar o Brasil a limpo. Talvez essa seja a grande oportunidade de passarmos o Brasil a limpo.
Pergunta: Por quê? Há muitas irregularidades, na sua opinião?
Governador: Aqui em Goiás, não. Estou tranquilo, e se isso acontecer quero que meu governo seja o primeiro a ser investigado. Agora, pelo que se ouve, existem muitas irregularidades em várias instituições do País. Acho que o Brasil precisa ser passado a limpo de verdade, não na base da hipocrisia ou da perseguição. Uma pessoa não pode ser perseguida porque às vezes tem divergências com outras pessoas. Divergências ideológicas, divergências políticas. Temos que acabar com isso no País. Essa história do rancor, do ódio, não pode acontecer. O tratamento deve ser igual para todos.
Pergunta: O senhor se sente perseguido?
Governador: Olha, às vezes sim. Quando se fala em uma CPI para investigar o Procurador Geral da República, o ministro do Supremo, a revista Veja, e outros órgãos da imprensa, para investigar o governo de Goiás, fica parecendo que há algo tendencioso, motivado por ódio, por perseguição. Que façamos algo, e tenho certeza de que o Congresso fará, absolutamente transparente. Doe a quem doer.