Antonio Ramalho: de operário da construção civil a deputado

O presidente do Núcleo Sindical do PSDB começa 2013 com um desafio: será o mais novo deputado estadual tucano

Acompanhe - 23/11/2012

Ramalho começa 2013 com um desafio: será o mais novo deputado estadual tucano em São Paulo
Brasília – Sessenta e três anos de luta e história no movimento sindical brasileiro. É a trajetória de Antonio de Sousa Ramalho, presidente do Núcleo Nacional Sindical do PSDB. Reconduzido ao posto de presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP) pela quarta vez, Ramalho começa 2013 com um desafio: será o mais novo deputado estadual tucano, assumindo a cadeira na Assembleia Legislativa a partir do dia 1º de janeiro.

Nascido em 10 de maio de 1949 no município de Conceição do Piancó, interior da Paraíba, ele começou a trabalhar cedo. Aos oito anos ia para a lavoura ajudar no sustento de seus dez irmãos menores. Ainda assim, conseguiu cursar o ensino fundamental e médio. Em 1990, após anos de atividades na construção civil, ingressou no meio sindical, destacando-se na assistência e defesa dos interesses dos trabalhadores.

O que eram apenas memórias acabou virando livro. Em agosto deste ano, o escritor Ricardo de Magalhães lançou “Marcas da Fé – Um homem construído pelos sonhos”, romance baseado na vida de Ramalho da Construção. Sucesso nas livrarias, com 85 mil exemplares vendidos já no lançamento, a história pode, inclusive, virar filme em 2013. “A gente colhe o que planta. O livro aborda partes mais agradáveis da minha vida. Nasci no sertão e vim ajudar a construir essa selva de pedra. Durante esses anos foram muitos altos e baixos, mas só tenho o que agradecer. Tenho cinco filhos, todos bem sucedidos. Acho que o mais importante é que a renda angariada nas vendas será revertida para a caridade e obras sociais do Sindicato e da Federação Espírita do Estado de São Paulo”, comenta.

Confira, abaixo, entrevista exclusiva concedida ao Portal do PSDB:

Sintracon-SP – “É uma responsabilidade maior a recondução pela quarta vez. Somos uma categoria com 370 mil trabalhadores, nosso segmento é responsável por quase 16% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Além disso, temos 350 funcionários e um orçamento considerável. Pesa sobre os ombros a responsabilidade de voltar à direção do sindicato, especialmente com 97% aprovação.”

Mandato – “Temos como prioridade manter a nossa política, com aumentos salariais reais e consecutivos. Também avançamos em 37 causas sociais. Algumas de suma importância como a alimentação da manhã, refeição e lanche da tarde para os trabalhadores. Queremos oferecer um ambulatório referencial, como o do Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo (Seconci-SP). Saúde no Brasil é uma questão de calamidade pública. Os ambulatórios só fazem consultas e exames. Precisamos melhorar para poder oferecer cirurgias e tratamento para doenças como depressão e câncer.”

Assembleia Legislativa – “Essa é a primeira vez que um operário da construção civil assume uma vaga de deputado no Brasil. Vamos estar sempre do lado mais pobre. A politica é a arte de defender o mais humilde. Vivemos na sexta economia do mundo, 84ª do PIB, mas infelizmente somos um país rico de povo pobre. É preciso investir em qualificação, distribuição de emprego e renda, girar a roda do desenvolvimento. Temos carência de creches, tratamento de esgoto, escolas. Quero trabalhar no corpo a corpo com outros deputados, defendendo assistência maior para os bairros carentes.”

Sindicalismo – “O movimento sindical como um todo ainda é muito tímido. Esperamos que os dirigentes sindicais comecem a ocupar algum espaço, como os jovens fizeram nessas eleições. Há esperança de que possamos motivar o pessoal do movimento sindical. Vamos precisar ampliar nosso movimento para que não caiamos no esquecimento. É necessário ativar os núcleos sindicais regionais e colocá-los em contato com o PSDB em âmbito nacional. Não adianta fazer discurso para nós mesmos. Precisamos fazer para o povo, para o trabalhador. Só assim vamos poder crescer dentro do PSDB, que é um partido muito mais social do que o PT.”

2012 – “Não podemos dizer que perdemos muito. Tivemos um avanço nas convenções coletivas de aumento real nos salários. A perda maior foi da classe média, com menor salário e renda. É claro que a qualificação e formação profissional pesam muito, então, temos que investir bastante nessa área. O PSDB precisa definir urgentemente quem será nosso candidato a presidente e, claro, debater isso com o movimento sindical.”

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23/11/2012