Reforma administrativa só no papel: dos três mil cargos que seriam extintos por Dilma este ano, só 346 foram cortados

A necessidade de oferecer cargos a partidos aliados em troca de apoio na Câmara, em meio ao processo de impeachment, emperrou a mudança anunciada.

Acompanhe - 28/12/2015

esplanadaA reforma administrativa anunciada há três meses pela presidente Dilma Rousseff quase não saiu do papel. Dos de três mil cargos de confiança que seriam extintos, apenas 346 foram cortados. E entres 30 secretarias especiais que acabariam, só sete deixaram de existir. E a economia anual de R$ 200 milhões prevista, está longe de ser atingida.

A necessidade de oferecer cargos a partidos aliados em troca de apoio na Câmara, em meio ao processo de impeachment, emperrou a mudança anunciada. Logo após o aviso do enxugamento, a presidente ampliou o espaço do PMDB, além de entregar mais cargos do segundo escalão ao PR, PRB e PP.

Para o senador Ataídes de Oliveira (PSDB-TO), Dilma não está demitindo ninguém e sim tirando os cargos de parlamentares que deixaram de apoiá-la. “Para se sustentar no poder esse governo fica negociando cargos. Reduzir despesas discricionárias e desnecessárias, isso, ela não é capaz de fazer”, observa.

Ataídes ressaltou, ainda, que a presidente está usando as instituições públicas para barganhar mais dias no poder. “Ela negocia e usa o dinheiro do povo exatamente para permanecer no poder. Ela não usa só o Congresso Nacional, usa o poder Judiciário, usa o TSE, ou seja, usa as nossas instituições, através de negociatas espúrias, para permanecer no governo”, condenou.

Segundo o senador tucano, a oposição já vem alertando sobre essa realidade ao longo dos últimos anos. Para ele é preciso equilibrar as contas públicas e não aumentar impostos. “O governo de Dilma utiliza subterfúgios para enganar o povo brasileiro. É um governo sustentado pela mentira. A presidente não pode cumprir o que prometeu, porque se ela o fizer, perde a sustentação. Lamentavelmente o que ela tinha que fazer ela não pode”, acrescentou.

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28/12/2015