Reoneração da folha de pagamento agrava crise e aumenta demissões, dizem empresas
Brasília (DF) – O aumento de tributação para setores beneficiados pela desoneração da folha de pagamento gerou insatisfação entre os empresários afetados pela medida. Segundo eles, a medida pode agravar a crise e provocar demissões. As informações são da Folha de S. Paulo desta sexta-feira (21).
O setor informou que, pelo programa inicial, 56 setores puderam deixar de pagar 20% sobre a folha de salários em troca de uma alíquota de 1% ou 2% sobre o faturamento. No entanto, de acordo com o projeto de lei aprovado na quarta-feira (19) pelo Senado, essa taxação subiu para 4,5%.
Segundo a reportagem, o setor, cuja alíquota foi de 2% para 4,5%, prevê corte de 475 mil vagas de emprego neste ano.
“É uma barbaridade o nosso setor estar sendo castigado dessa forma”, afirmou José Romeu Ferraz Neto, presidente do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado).
Para Ferraz Neto, as empresas já têm sido bastante prejudicadas pela crise. “A construção civil já tinha uma das maiores alíquotas e ainda sofremos um aumento de 125%. Agora, a situação vai ficar ainda mais pavorosa”, lamentou.
Vestuário
A alta da alíquota afetou também as empresas de vestuário. O presidente do Sindivestuário, Ronald Masijah, disse que o setor sofre com custos maiores e vendas em queda.
“A previsão era de demissão de 60 mil pessoas em um ano, isso com 1% de alíquota. Com 1,5%, a expectativa é que esse número aumente em progressão geométrica”, afirmou.