Rogério Marinho defende devolução de R$ 100 bi pelo BNDES ao Tesouro: “obrigação jurídico-constitucional” de todo banco

Acompanhe - 02/06/2016

Rogerio_Marinho_Foto_George_Gianni_PSDB_2Considerada uma das principais medidas para a área econômica já anunciadas pelo governo de Michel Temer, a devolução, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de R$ 100 bilhões repassados pelo Tesouro Nacional nos últimos anos foi defendida pela nova presidente do banco, Maria Silvia Bastos Marques. Após a cerimônia que a empossou no cargo, realizada nesta quarta-feira (1), Maria Silva salientou que o BNDES tem condições financeiras de fazer os repasses, como destaca matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo nesta quinta.

“São R$ 100 bilhões em dois anos. Eu participei dessas discussões, isso foi feito de comum acordo com o próprio banco, está dentro do fluxo de desembolsos. Não vejo problema, pelo contrário, acho a medida correta”, argumentou a nova presidente do BNDES. A afirmação contraria a tese de que a operação seria um “retrocesso”, defendida pela presidente afastada Dilma Rousseff na última segunda-feira.

Para o deputado federal e economista Rogério Marinho (PSDB-RN), a devolução do valor emprestado é uma “obrigação” do banco e deve ser, de fato, realizada.

“O BNDES é, como qualquer banco, prestador de serviços. Apesar de o governo ter feito aportes, ter capitalizado o BNDES, para que o BNDES emprestasse para a indústria brasileira, para empresários que quisessem empreender no país, o banco tem a obrigação jurídico-constitucional de devolver o que foi emprestado acrescido de juros”, ressaltou o tucano, que também criticou o posicionamento de Dilma sobre o assunto.

“Ela devia estar preocupada agora com a sua defesa, uma vez que cometeu um crime de responsabilidade flagrante, ao invés de opinar em relação ao processo de reconstrução da economia nacional. Melhor faria se se circunscreve ao seu processo de defesa – que eu considero legal, constitucional, correto, – mas certamente ela não vai conseguir convencer ninguém de que não praticou os crimes que praticou”, acrescentou.

Abertura ao mercado

Ainda segundo a reportagem da Folha, a nova presidente do BNDES disse que, caso o banco precise de novos recursos, eles serão buscados no mercado, e não mais no governo. Ela também afirmou que o BNDES deve retomar seu papel de fomento às privatizações e que a economia do país tem que ser mais aberta aos investimentos estrangeiros. Na visão de Rogério Marinho, esse tipo de indicação é importante para a recuperação econômica do país.

“O fato de o governo, através da presidente BNDES, afirmar que os investimentos da iniciativa privada são bem-vindos já é uma sinalização importante para o mercado. Agora, a parti daí, essa intenção tem que se transformar em gesto. Nós precisamos despir o Estado brasileiro desse viés ideológico que se voltou a economias em que a única afinidade conosco é a questão ideológica e buscar parcerias com o mundo que interessa para a gente de forma pragmática e comercial, que é a Europa, os Estados Unidos, a Ásia”, argumentou.

“Nós estamos com uma boa expectativa de que, em um breve espaço de tempo, a gente comece a reverter essa situação de calamidade em que o país se encontra”, encerrou o parlamentar.

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02/06/2016