Rosemary, ex-assessora de Lula na Presidência, recebeu propina e fraudou documentos, diz CGU
Brasília – Rosemary Noronha, ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo indiciada pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro, cometeu 11 irregularidades no cargo, entre elas recebimento de propina, tráfico de influência e falsificação de documentos.
É o que mostra relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) divulgado pela Folha de S.Paulo nesta quarta-feira (25).
As conclusões fazem parte de processo administrativo disciplinar aberto pela CGU para investigar o caso. O resultado levou o órgão a pedir o afastamento de Rosemary Noronha da vida pública sem prazo determinado.
O resultado da investigação da CGU não surpreendeu o deputado federal Antônio Imbassahy (PSDB-BA), já que os escândalos de corrupção no PT viraram rotina.
Para Imbassahy, a punição da CGU é mais um faz de conta petista. “O que se pode verificar é que as punições e as penalidades são todas na base do faz de conta. O governo da Dilma rende um grande almanaque e um calendário dos casos de corrupção. O marketing, principal marca desse governo, começa a disputar espaço com os escândalos. É um atrás do outro”, critica o tucano.
Imbassahy lembra que a presidente Dilma Rousseff prometeu fechar o escritório da Presidência em São Paulo na época que o caso Rosemary veio à tona, mas o órgão alvo da operação da PF continua aberto e com nova direção. “A Dilma é uma fraude. Às favas a ética e a moralidade. O que interessa é a reeleição. A própria presidente que durante as eleições se faz o diabo. É o que a gente está assistindo. À Rosemary coube a indicação da sua substituta”, disse Imbassahy.
Histórico
Rosemary deixou o cargo em dezembro do ano passado. Segundo a PF, ela foi responsável pela nomeação de dois diretores de agências reguladoras, acusados, com ela, de um esquema de venda ilegal de pareceres fraudulentos em órgãos públicos.
O caso veio à tona em 23 de novembro, após a PF desmontar o esquema no gabinete de Rosemary, considerada amiga pessoal de Lula. Naquele momento, seis pessoas foram presas e 24 afastadas.
Na época foram presos os irmãos e diretores Paulo Rodrigues Vieira, da Agência Nacional de Águas (ANA), e Rubens Carlos Vieira, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Os 24 investigados foram denunciados pelo Ministério Público Federal em São Paulo em meados de dezembro. Os crimes mais citados são corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha.