Sem caixa, governo recorre ao FGTS para ‘liberar’ R$ 49 bilhões em crédito

Acompanhe - 01/02/2016

dinheiro_calculadora-economia-ebcBrasília (DF) – Sem recursos em caixa para arcar com o pacote de R$ 83 bilhões anunciado para estimular o crédito e tentar melhorar o nível de atividade econômica, o governo federal delegou ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) a responsabilidade de bancar mais da metade do valor, R$ 49 bilhões. Para o plano sair do papel, no entanto, é necessário que o Congresso Nacional aprove mudança nas regras de saque do FGTS.

De acordo com o jornal Valor Econômico desta segunda-feira (1º), o conselho curador do FGTS também precisa concordar com as possíveis alterações.

Para ganhar tempo, o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, convocou para este mês uma reunião extraordinária para discutir as medidas anunciadas. Segundo a reportagem, no entanto, é tudo “pro forma”, pois o governo tem maioria e pode garantir a aprovação das mudanças no Congresso, se conseguir mobilizar seus aliados.

As linhas de crédito, divulgadas durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) na última quinta (28), não foram detalhadas e deixam dúvidas sobre a sua efetividade.

Um exemplo é o anúncio dos R$ 22 bilhões do FGTS que serão liberados para financiar a infraestrutura. Segundo o Valor, esse dinheiro já estava parado nos cofres do fundo porque as empresas não querem investir em novos projetos no cenário de recessão. O jornal destacou que esse recurso foi inserido para inflar o pacote, mas se não houver mudanças nas regras de concessão, o dinheiro continuará parado.

Falta de demanda

Ainda de acordo com a reportagem, outro problema a ser enfrentado para alavancar o crédito no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é a falta de demanda. De 2014 para 2015, houve queda de 55% das consultas do setor de infraestrutura, o que puxou uma redução média de 47% nos pedidos de crédito ao banco de forma geral.

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01/02/2016