Sérgio Guerra: com tom agressivo, Dilma quis parecer uma vítima

Se estivesse tranquila numa posição para ganhar, ela não teria mudado o tom

Acompanhe - 14/10/2010

Se estivesse tranquila numa posição para ganhar, ela não teria mudado o tom

Brasília (14) – O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), lamentou nesta quarta-feira o tom agressivo adotado pela candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, no segundo turno. “A ex-ministra foi recomendada a se colocar na condição de vítima de uma conspiração. Nós ficamos satisfeitos (com o debate) porque para a petista perder é preciso apenas que ela apareça e fale”, afirmou no programa Band Eleições.

Durante debate realizado no domingo, Dilma Rousseff atacou o candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra (SP). A ex-ministra elevou o tom e produziu uma série de comentários polêmicos, inclusive com ataques à família do candidato tucano.

“Dilma Rousseff surpreendeu a nós e a todo mundo. Ao fazer uma séria de afirmações polêmicas, ela chamou para si questões que antes não tratava. Se ela estivesse tranquila numa posição para ganhar, ela não mudaria o rumo do seu discurso”, afirmou o senador.

Questionado sobre qual sua previsão para o segundo turno, Guerra foi enfático: “Nós vamos ganhar a eleição. Não será com uma margem grande, mas vamos ganhar”. A declaração está ancorada em tendências, segundo ele. “São tendências, reconhecimentos de situações práticas e percepção de que a imagem da candidata petista está arranhada.”

Na primeira parte do programa, o senador falou sobre a participação de aliados no segundo turno, como a do recém-eleito senador Aécio Neves (MG). “Eu percebo um movimento muito forte pela candidatura do Serra. Nesta quinta, nós vamos ter reuniões com prefeitos e militâncias de Minas Gerais. No Paraná, o governador eleito Beto Richa fará a mesma coisa.”

Em certo momento, Guerra afirmou ainda que a polêmica sobre o aborto foi levada ao campo político pela sociedade, e ganhou corpo porque a ex-ministra não foi clara ao responder perguntas sobre o tema. “A questão do aborto não foi invenção nossa. Tudo resultou da incapacidade da candidata do PT de tomar posição”, disse. “A ministra mostra agressividade, mas não mostra firmeza.”

No segundo bloco, Guerra foi perguntado sobre a participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no segundo turno da campanha. “Ao apresentar o Fernando Henrique em nosso programa eleitoral, nós falamos absolutamente a verdade, a construção do Brasil de hoje foi feita por muitas pessoas, vários presidentes e o esforço de muita gente”, disse.

Guerra encerrou dizendo que o debate realizado no domingo inaugurou uma nova fase da vida política e dessa eleição. “As regras que vocês (Bandeirantes) criaram produziram um ambiente de confronto, indispensável para que a população escolha seu candidato”, disse.

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14/10/2010