Serra: Com dois professores em sala de aula, educação vai avançar

Em entrevista, candidato defende a educação e a liberdade de expressão como pilares da democracia

Acompanhe - 22/09/2010

Em entrevista, candidato defende a educação e a liberdade de expressão como pilares da democracia

Brasília (22) – Em entrevista ao Bom Dia Brasil, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra (SP), explicou nesta quarta-feira sua proposta para a área de educação. Ele defendeu o projeto de dois professores por sala de aula para estudantes do ensino fundamental e lembrou que a experiência já foi feita por ele no governo e na prefeitura de São Paulo, gerando avanço no aprendizado. “Isso eu fiz em São Paulo”, destacou.

“A primeira professora seria a titular da classe. A outra, uma auxiliar e ficaria na sala acompanhando as atividades dos alunos. Ter tido uma segunda professora, reforçou muito o aprendizado”. Ele lembrou que o estado governado pelo PSDB tem hoje, na média, a melhor educação do Brasil.

Durante a entrevista, Serra foi contundente na defesa à liberdade de informação e expressão. Para ele, existe atualmente no País uma “chantagem sobre a imprensa”. “Nós temos que ter avanços na defesa das liberdades, inclusive da liberdade de imprensa que é a condição para a existência da democracia. E eu queria dizer que eu sou um defensor da liberdade da nossa imprensa.”

A declaração vem em um momento em que a imprensa, que denunciou um esquema de distribuição de propina e tráfico de influência instalado na Casa Civil, está sob constante bombardeio do presidente brasileiro e da cúpula petista.

Serra afirmou ainda ser viável a proposta para elevar o salário mínimo a R$ 600 já no próximo ano. A solução, segundo ele, seria cortar cargos de confiança e reduzir o que chamou “cabide de empregos”. “Eu fiz o cálculo”, afirmou. E garantiu que todo compromisso feito durante a campanha ou já foi calculado ou já foi colocado em prática por ele no estado ou na prefeitura de São Paulo. “É factível que o orçamento comporte essa despesa”.  Serra disse ainda que é possível reajustar as aposentadorias em 10 por cento.

Outra proposta defendida pelo candidato foi a criação da décima terceira parcela do Bolsa Família às famílias assistidas pelo programa. “Existe um conjunto de famílias dependentes e que muitas vezes não tem condição mais na vida de ascensão. Pelas condições de idade e da própria família. Nesse sentido, é um custo moderado e me parece perfeitamente razoável.”

Ao falar sobre economia, ele afirmou que o real se encontra supervalorizado e relacionou a alta da moeda aos juros. “A questão do câmbio precisa ser corrigida junto com os juros, porque ela é a contrapartida dos juros. Nós temos um regime de responsabilidade fiscal, de metas de inflação, de flexibilidade cambial, de flutuação. Nós vamos manter esse regime”, avaliou.

Em relação às importações, Serra criticou a política de comércio exterior. Ele pretende implantar uma defesa comercial da indústria para evitar abusos que ocorrem desde a abertura da economia, na década de 1990. “Vou fazer defesa comercial porque o Brasil atua com burrice nesta área. Produto chinês paga metade do preço, entra e paga por fora. A mercadoria importada não paga imposto e a produção nacional paga”, condenou, lembrando que até três pares de sapatos chegam ao Brasil numa única caixa, driblando a importação legal.

Veja a íntegra da entrevista:

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22/09/2010