Serra: Cometeram um ato criminoso contra minha filha

O candidato destacou que sua filha é ficha limpa. E classificou a quebra de sigilo como um “jogo sujo, baixo”.

Acompanhe - 01/09/2010

Para ele, violação do Imposto de Renda tem claro objetivo político

Brasília (01) – O candidato do PSDB à Presidência, José Serra (SP), condenou a quebra de sigilo fiscal da sua filha, Verônica Serra, pela Receita Federal e classificou a ação como ato criminoso. “O sigilo fiscal da minha filha foi quebrado em um ato criminoso, no ano passado, por efeito de exploração política. Não é que tenha algum problema, ela é ficha limpa”, afirmou o tucano em entrevista concedida ao Jornal da Globo, na madrugada desta quarta-feira.

De acordo com o presidenciável, Verônica já havia lhe alertado sobre a violação do Imposto de Renda. “No ano passado, blogs sujos da campanha do PT já estavam colocando dados dela. Ela até me disse: ‘Olha, eu acho que devem ter andado espionando os meus dados, porque aí são coisas que estão no Imposto de Renda’, perfeitamente declarados.”

A notícia de violação dos dados fiscais da filha do candidato foi o principal tema da política brasileira nessa terça-feira e aparece pouco tempo depois de a imprensa ter anunciado a quebra do sigilo fiscal de quatro pessoas próximas ao PSDB – crime que teria ocorrido em outubro do ano passado.

Em continuidade à resposta, Serra lembrou que só viu situação parecida na campanha presidencial de 1989, quando o candidato Fernando Collor de Mello explorou uma questão da vida privada do adversário Luiz Inácio Lula da Silva.

Para ele, Dilma Rousseff repete a história. “Pegando minha filha, que não faz política, que é mãe de três crianças pequenas, que trabalha muito pra criar as crianças, meter neste jogo político sujo para me chantagear. A Dilma, aliás, está repetindo aquilo que o Collor fez. E mais, o Collor está do lado dela, quem sabe ele não tenha transferido a tecnologia”, enfatizou.

Instado a falar sobre questões econômicas, Serra comentou sobre a privatização das telecomunicações, que permitiu o aumento expressivo de número de telefones celulares habilitados. Graças à privatização, hoje, o Brasil tem 185 milhões de linhas móveis habilitadas.

“O caso mais bem sucedido de privatização, no Brasil, foi o das telecomunicações, que o Lula já elogiou, que a Dilma já elogiou. Que todo mundo elogia. Porque uma coisa é quando eles fazem campanha, e outras quando estão trabalhando. Não fosse aquilo que foi feito pelo governo Fernando Henrique, não teria tanto celular e tanto telefone no Brasil”, analisou.

Ele ainda voltou a criticar os “três recordes perversos” do Brasil: a maior taxa de juros real do mundo, a maior carga de impostos do mundo em desenvolvimento, e a baixa taxa de investimento governamental. “Por isso que as coisas andam muito devagar. Em alguns lugares andou depressa porque os governadores, como foi o caso de São Paulo, trabalharam bem.”

Leia mais

X
01/09/2010