Serra propõe criar “canal humanitário” na ONU e OEA para ajudar crise na Venezuela
O Brasil vai propor um canal humanitário em organismos internacionais, como a ONU e a Organização dos Estados Americanos (OEA), para ajudar a Venezuela, que sofre carência de remédios e alimentos. O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores, o tucano José Serra, após se reunir, nesta terça-feira (14), com o líder oposicionista venezuelano e governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles.
De acordo com matéria do jornal O Estado de S.Paulo desta quarta-feira (15), Serra afirmou que o país está muito preocupado com a crise na Venezuela e com a falta de receptividade à oferta, feita pelo governo brasileiro, para doação de medicamentos. Mesmo sem adiantar a posição brasileira na reunião da OEA – que discutirá, na próxima semana, a situação da Venezuela e a possível aplicação da Carta Democrática, que implicaria em sanções ao país vizinho –, o ministro criticou duramente a situação vivida no país.
“Para mim, país que tem preso político não é um país democrático”, afirmou. “Um país que tem 80 presos políticos, sem falar de 2 mil processos que correm ameaçando a liberdade das pessoas, não é um país que usufrui da democracia, muito claramente.”
Segundo o jornal, Serra disse ainda que o Brasil tem uma política de não intervir nos assuntos internos de outros países, mas que não ficará indiferente ao “atropelo da democracia e ao desrespeito aos direitos humanos”. Capriles – que esteve no Paraguai, na Argentina e no Brasil pedindo apoio à campanha pela realização de um referendo revogatório do mandato do presidente venezuelano, Nicolás Maduro – expressou satisfação com o resultado do encontro. “Vamos ter no Brasil um aliado firme em defesa da Constituição”, afirmou o venezuelano, que se encontrou com o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, e pediu um posicionamento claro do governo do presidente em exercício Michel Temer contra Maduro.
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