Serra: PT usa estratégia da caixa preta

Ele lembra que o partido esconde ideias, nega o passado, suas propostas e ainda foge ao debate

Acompanhe - 09/09/2010

Para ele, partido esconde ideias, passado, propostas e foge ao debate

São Paulo (09) – Pressionada a dar explicações sobre a violação de dados fiscais de pessoas próximas ao presidenciável José Serra (SP), a candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, faltou ao debate entre os principais candidatos à sucessão presidencial, na noite desta quarta-feira, realizado pela TV Gazeta e pelo jornal O Estado S. Paulo.

Os candidatos José Serra, Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda (PSOL) criticaram a indisposição da petista em discutir propostas para o Brasil. O presidenciável tucano lamentou a ausência afirmando que a campanha do PT usa a “estratégia da caixa preta” ao “esconder ideias, passado, propostas e até debate”.

Com uma hora e meia de duração, o debate abordou temas como erros na vida pública, portos, cobrança de anuidade em universidades públicas, segurança de dados públicos, desenvolvimento e meio ambiente, educação, segurança, saneamento e estratégias de campanha, entre outros.

Ao responder ao primeiro questionamento, cujo tema foi educação, Serra afirmou que adotará medidas contra a falta de segurança de dados com “dedicação e seriedade” e criticou a noticia sobre falhas de segurança de dados em órgãos públicos. Levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou falhas na segurança de dados em 65% dos órgãos públicos federais.

Ele aproveitou para citar outro caso de insegurança. “Outro exemplo, de outra natureza, são os vazamentos de dados da Receita Federal, ou até de contas em banco. O PT, da candidata Dilma, tem estado por trás desses vazamentos, comprometendo a segurança dos cidadãos.”

Em certo momento do debate, perguntou-se a Serra como ele vai melhorar a educação e a segurança. Ao responder, o candidato citou a diminuição dos homicídios em São Paulo. “As fronteiras estão desprotegidas, a coca entra livremente”, disse. Serra defendeu ainda a criação do Ministério da Segurança no combate ao narcotráfico.

Em São Paulo, o número de homicídios dolosos (com intenção de matar) diminui 70% nos últimos dez anos. A taxa passou de 35,27 por grupo de 100 mil habitantes ao ano, em 1999, para 10,95 para cada 100 mil, em 2009. Numa comparação com os valores nacionais, os índices do Brasil mostram 25 mortes para cada 100 mil habitantes. O valor considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde é de 10 assassinatos por 100 mil.

Em sua consideração final, Serra indagou a candidata petista, que não foi ao debate, sobre altas taxas de energia elétrica e sobre empresas de saneamento. E encerrou dizendo que vai continuar lutando por “desenvolvimento com justiça social”.

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09/09/2010