Serra vai discutir fechamento de postos diplomáticos abertos por Lula e Dilma
Itamaraty vai elaborar levantamento para discutir representações brasileiras na África e Caribe criadas nos últimos anos
O ministro das Relações Exteriores, José Serra, quer analisar o custo e a utilidade dos postos diplomáticos abertos nos governos Lula e Dilma Rousseff. Para isso, o novo chanceler encomendou um estudo e, a partir desse levantamento, poderá discutir o eventual fechamento de representações brasileiras em alguns países. O estudo será elaborado pelo próprio Itamaraty. O alvo são embaixadas e consulados abertos na África e no Caribe nos últimos anos, segundo revela reportagem publicada nesta terça-feira (17) pelo jornal Folha de S. Paulo.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, Pedro Vilela (PSDB-AL), julga necessária essa análise diante dos relatos de dificuldades para manutenção das embaixadas brasileiras no exterior.
“Nós temos ouvido relatos de que a situação em geral das embaixadas espalhadas pelo mundo não é boa no que se refere à sua manutenção e seus custos. Há inúmeros relatos de embaixadores e funcionários dando conta da falta de condição de manutenção dos postos com atrasos em alugueis, conta de luz, conta de água, pagamento de funcionários locais. Então, é evidente que há um problema aí que deve ser examinado pelo ministro José Serra. Se a solução virá a partir da redução de postos no exterior, isso vai ficar para um momento posterior, depois dessa avaliação que será feita com muito cuidado”, afirmou.
Nos últimos anos, o Itamaraty sofreu com sucessivos cortes e contingenciamento de gastos. A sua participação no orçamento total do Executivo, que já era pequena, caiu a quase a um quarto em 2015 em relação a 2003. O deputado Pedro Vilela alerta sobre a necessidade de se avaliar o custo-benefício do possível fechamento de postos. Mas afirma que a atual situação dos postos diplomáticos brasileiros demonstra a falta de compromisso do governo petista com a política externa do país.
“Se você pretende fortalecer o ministério das Relações Exteriores é óbvio que você tem que dar também condições para que essa expansão ocorra de forma qualitativa e não simplesmente abrir postos pelo mundo. E não dar as condições para que funcionem de forma plena e prejudicando aqueles outros que estavam instalados há mais tempo e de repente em países até mais importantes nas suas relações políticas e econômicas com o Brasil.”
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