Sessão marca devolução simbólica de mandatos a parlamentares cassados pelo regime militar
Mário Covas Neto esteve em solenidade representando o pai, Mário Covas
Brasília – Uma sessão solene, realizada na tarde desta quinta-feira (6) no plenário da Câmara dos Deputados, marcou a devolução simbólica dos mandatos de 173 deputados federais cassados pela ditadura de 1964. A homenagem, iniciativa do primeiro-secretário, deputado federal Eduardo Gomes (PSDB – TO), coincidiu com a abertura da exposição Parlamento Mutilado: Deputados Federais Cassados pela Ditadura de 1964 e o lançamento do livro homônimo. As atividades partiram da Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça, criada no âmbito da Comissão de Direitos Humanos e Minorias.
O vereador (PSDB – SP) Mário Covas Neto, esteve na solenidade representando o pai, Mário Covas, um dos fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), preso em 1969, com mandato cassado por 10 anos. Ao falar sobre a homenagem, o tucano ressaltou a importância que os parlamentares tiveram para o país. “Esse é um momento de grande orgulho para todos os homenageados e familiares. O que aconteceu foi uma grande injustiça com pessoas que estavam certas e lutavam com suas ideias e não com armas. É por conta deles que hoje vivemos hoje em uma democracia”, disse.
Eleito com 117,5 mil votos, Covas Neto foi o segundo vereador mais votado de São Paulo. Ele ressaltou a responsabilidade de ser filho de um personagem tão importante no contexto história da política brasileira e a responsabilidade de seguir a carreira do pai. “Tive mais votos do que precisava para ser eleito, tenho certeza que a maioria veio em decorrência do nome do meu pai. É uma grande responsabilidade, um desafio que espero poder corresponder ao crédito de confiança”, concluiu.
Memória – Em 1988 Mário Covas, ao lado de Fernando Henrique Cardoso, Franco Montoro, Pimenta da Veiga, José Serra e José Richa, fundou ou PSDB e foi escolhido o primeiro presidente do partido. Começou a vida política em 1961, como deputado federal pelo Partido Social Trabalhista (PST) sendo reeleito em 2005. Em 1969 Covas foi preso, teve seu mandato cassado e os direitos políticos suspensos por dez anos. Em 1979, ao retomar as atividades políticas, foi deputado federal por três mandatos, senador e governador de São Paulo. Por motivos de saúde, em 2001, Covas licenciou-se do cargo e dois meses depois faleceu, em 6 de março.