Sindicalistas rejeitam greve geral sugerida por presidente do PT
Com dificuldades de mobilização, sindicatos declaram que a paralisação está “sem forças para acontecer agora”
A greve geral no país sugerida pelo presidente do PT, Rui Falcão, prevista para acontecer nesta sexta-feira (10), foi descartada pelas centrais sindicais e movimentos de esquerda. Com dificuldades de mobilização, os representantes dos sindicalistas declararam que a paralisação está “sem forças para acontecer agora”, o que comprova o enfraquecimento do PT para mobilizar seus aliados após o afastamento da presidente Dilma Rousseff.
O movimento sindical esquerdista admitiu, em uma recente reunião, que uma paralisação desse porte só será possível se o presidente em exercício, Michel Temer, colocasse em prática propostas de retirada de direitos dos trabalhadores, o que não aconteceu. As informações são de matéria publicada nesta quinta-feira (9) pelo jornal Folha de S. Paulo.
O vereador e integrante do PSDB Sindical, Atevaldo Leitão (PSDB-SP), afirmou que o PT não tem mais a mesma influência que tinha junto aos trabalhadores. “O PT já perdeu a credibilidade perante os sindicatos desde o primeiro governo Dilma, quando a presidente adotou uma prática de não receber mais os sindicalistas. Ela achou que o [programa] ‘Minha Casa, Minha Vida’ e os outros pacotes que ela estava fazendo a credenciavam para não precisar mais dos trabalhadores”, disse.
Segundo Leitão, até a CUT, que sempre foi historicamente ligada ao PT, é contra a volta da presidente afastada, apesar de ainda apoiar a sigla. “Há seguimentos do sindicalismo que já declararam que não querem a volta da presidente Dilma justamente por conta do estelionato eleitoral que ela cometeu”, ressaltou.
O tucano ainda destacou que as promessas feitas pela presidente afastada não foram cumpridas depois da eleição. “O PT ficou 13 anos no poder e não fez a reforma trabalhista, que é essencial e urgente. Ela penalizou o trabalhador com o desemprego, inflação alta e com a retirada de direito dos trabalhadores, o que ela tinha prometido não fazer. O governo Dilma será um passado ruim escrito na memória do Brasil”, concluiu.
A dificuldade de convocação de uma greve geral no Brasil é apontada pelos integrantes das centrais sindicais como consequência das próprias medidas adotadas pelo governo Dilma, que resultaram na crise econômica enfrentada no país atualmente.
“A quebra do laço entre PT e sindicatos demonstra a crise interna que o próprio partido vive. O plano de poder petista era uma espécie de comunismo disfarçado. Faltava pouco para o Brasil virar uma Venezuela”, completou o vereador tucano.