Temer retira apoio a aumento de salários de ministros do STF e criação de cargos no governo
Brasília (DF) – O presidente em exercício, Michel Temer, decidiu não defender a criação de 14 mil cargos e não apoiar o aumento de salários de servidores públicos, medida que estava sendo contestada por conta do momento de crise vivido pelo país. A decisão de Temer foi tomada com o suporte do líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo desta quarta-feira (8).
Além do líder, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, também aconselhou o presidente a mudar de posicionamento. De acordo com técnicos do governo, as propostas em tramitação são inflacionárias e, se aprovadas, elevarão as despesas em pelo menos 3,3% este ano, percentual superior ao registrado em 2015, de 1,6%.
Para o deputado federal Nelson Marchezan Jr. (PSDB-RS), a mudança na decisão do governo foi “acertada” e o papel do senador tucano foi de “extrema importância”. “Nós, do PSDB, alertamos no plenário sobre as consequências desses projetos. O impacto total, em quatro anos, seria de, no mínimo, R$ 120 bilhões apenas no que se refere aos aumentos salariais, sem contar as outras alterações de carreira que tinham ali. Felizmente, o governo se deu conta do terrível impacto que isso iria ter na vida dos brasileiros”, avaliou.
De acordo com a reportagem, a expansão de gastos no mercado teve uma péssima repercussão. O reajuste (16,38%) de maior impacto foi o dos ministros do STF, cujos subsídios passariam de R$ 33.763 para R$ 39.293, com custo de R$ 6,9 bilhões até 2019, nos cálculos do Ministério da Fazenda.
Na avaliação de Marchezan, o aumento do teto do funcionalismo que havia sido aprovado na Câmara implicaria em mais prejuízos aos brasileiros, que já sofrem com os legados do governo da presidente afastada Dilma Rousseff. “O povo já está sendo castigado pelas dificuldades das finanças públicas, na economia e pela precariedade dos serviços públicos. Além disso, já temos mais de 11 milhões de desempregados e pagamos uma carga tributária gigantesca, de quase 40%. Seria lamentável mais essa despesa”, disse.