Tocantins investe na produção de álcool neutro extraído da mandioca
A expectativa é que a obra esteja concluída até agosto deste ano
A expectativa é que a obra esteja concluída até agosto deste ano
Palmas (17) – Os investimentos tecnológicos para o incentivo de novas cadeias produtivas no Tocantins são intensificados pelos empreendedores em parceria com o Governo do Estado. Uma usina para produção de álcool neutro, tendo como matéria-prima mandioca, está em fase de construção, na fazenda Santa Rosa, a 60 km de Palmas.

O secretário da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário, Jaime Café, e o secretário de Desenvolvimento Sustentável, Divaldo Rezende, acompanhados de técnicos das duas pastas, foram apresentados ao projeto pelo seu responsável técnico, Luiz Eduardo, do Instituto Brasil Ecológica.
O projeto tem como objetivo a realização de estudos, pesquisa e desenvolvimento tecnológico, implementação de novo modelo de produção e implantação sistemática de gestão. A usina conta com a efetiva participação de pequenos produtores rurais, fornecendo matéria-prima para a produção de álcool de amido. A expectativa é que a obra esteja concluída até agosto deste ano.
Segundo o subsecretário de Produção de Energia Limpa, Ailton Parente, este projeto é audacioso por apresentar uma característica social, em trabalhar integrado com os agricultores familiares. “O importante deste projeto é que vai envolver diversas cadeias produtivas, abrindo oportunidade de negócio para os pequenos produtores e empresários”, enfatizou. Ailton disse ainda, que o álcool neutro agrega valores por ser diferenciado. O produto é utilizado nas industrias farmacêuticas, bebidas, cosméticas, entre outras.
O empreendimento está localizado em Porto Nacional e terá capacidade de produzir 10 mil litros de álcool por dia, totalizando 300 mil litros por mês, sendo 270 mil litros de álcool industrial e 30 mil litros de álcool carburante, mais cerca de 2.050 m³ de resíduos por mês, destinados a alimentação animal.
A usina é considerada “flex”, pois utiliza como matéria-prima a mandioca, sorgo, milho e arroz, produzindo álcool de amiláceas (amido). A expectativa é comprar a mandioca de 300 famílias de pequenos produtores, considerando o plantio de 3 hectares por família, totalizando um plantio de 900 hectares. O plantio de mandioca feito por pequenos produtores familiares beneficiando cerca de 300 famílias, e sendo mais competitivo do que o feito por grandes agricultores.
O secretário Jaime Café frisou que “a geração de empregos e aumento do nível de produção irá melhorar a qualidade de vida e renda dos pequenos produtores”.
A usina processará por dia 66 toneladas de mandioca, sendo transformadas em 20 toneladas de amido. A mão de obra será realizada por 30 funcionários, já que a usina vai operar 24 horas. A sobra do processo pode ser utilizada como ração para alimentar cerca de 1.000 bovinos, sendo mais uma atividade a ser desenvolvida no processo.
O coordenador do projeto Luiz Leal disse que “foram levantados compradores do álcool industrial, sendo recomendado comercializar a produção mediante contratos com empresas distribuidoras, em face das condições operacionais praticadas pelo mercado”, projetou.
A construção da usina é uma parceria com o governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário e suas vinculadas, Arquidiocese de Porto Nacional, o Instituto Brasil Ecológica, Eletronorte, e o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento.