“Trabalhadores a pão e água”, por Rogério Fernandes

O fato é que o ‘Dia do Trabalho’ ocorre em meio à divulgação do maior índice de desemprego registrado no país nos últimos 24 anos

Acompanhe - 02/05/2016

rogerio fernandes sindical foto DivulgacaoAmanhã, 1º de maio, sindicalistas de diversas entidades distribuirão pão e água para a população na Praça Sete, em Belo Horizonte, para denunciar a situação de penúria e incerteza vivenciada atualmente por milhões de trabalhadores em Minas e no Brasil. Será uma manifestação simbólica da nossa indignação com o caos da economia e o expressivo aumento do desemprego, heranças perversas da irresponsabilidade dos governos do PT.

O fato é que o ‘Dia do Trabalho’ ocorre em meio à divulgação do maior índice de desemprego registrado no país nos últimos 24 anos. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, apenas nos últimos 12 meses acumulamos uma perda de 1,8 milhão de postos de trabalho com carteira – 119 mil só em março. O IBGE confirma a tragédia em sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, segundo a qual atualmente há no Brasil cerca de 10,4 milhões de desempregados.

As estatísticas governamentais mostram ainda que, enquanto as demissões ceifaram em março 41.978 cabeças no comércio, 24.856 na indústria de transformação e outras 24.184 na construção civil, houve aumento de 4.335 empregos na administração pública. Uma prova inequívoca de que o governo não se esforçou para conter o déficit público nem o tsunami contra empregos em setores estratégicos da economia.

A corrupção é o pivô do efeito dominó que destruiu milhares de empresas, levando a demissões em massa. Já debilitada pelo escândalo das propinas no mensalão, a economia sofreu outro baque gigantesco com a roubalheira que sangrou profundamente a Petrobras, fazendo o valor de mercado da outrora empresa vitrine do estado brasileiro despencar em 95%. Grandes empreiteiras envolvidas foram arroladas nas investigações e praticamente pararam suas atividades. Centenas de empresas que viviam como satélites das empreiteiras passaram a não receber pelos serviços prestados, levando à quebradeira e, consequentemente, a mais e mais demissões.

Além disso, o governo federal usou e abusou do expediente das chamadas “pedaladas fiscais” para financiar déficits e programas assistencialistas eleitorais sem autorização do Congresso Nacional – o que levou ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Na tentativa de se defender, governistas inventaram a mentira do golpe e tentam difundir que todas as benesses do assistencialismo serão cortadas e que direitos sociais e trabalhistas estariam ameaçados.

Da nossa parte, que verdadeiramente representamos os trabalhadores, só podemos dizer que não apoiaremos nenhum governo que ameace direitos sociais e trabalhistas conquistados. Nossa luta, de hoje e de sempre, é em favor de uma economia forte, que gere cada vez mais empregos, para que os trabalhadores mineiros e brasileiros parem de viver a “pão e água”, possam crescer profissionalmente e ter uma remuneração digna, sem a necessidade de receber benesses do Estado.

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02/05/2016