Tucano exalta indicação de Pedro Parente e constata: “influência política foi o que quebrou a Petrobras”
Arthur Bisneto: “Todo mundo que foi nomeado pelo Lula e pela Dilma para a Petrobras era apadrinhado politicamente”
Brasília (DF) – Se depender da equipe designada pelo presidente em exercício Michel Temer (PMDB), os dias de crise na gestão da Petrobras ficarão para trás. Em entrevista após a cerimônia de posse, nesta quarta-feira (1), o novo presidente da estatal, Pedro Parente, afirmou que “acabou a influência política na Petrobras”. Ele reiterou que as decisões sobre os preços dos combustíveis serão estritamente “empresariais”, tomadas sem a interferência do governo federal, como vinha acontecendo nas gestões anteriores.
Segundo reportagem desta quinta-feira (2) do jornal Folha de S. Paulo, o novo presidente da Petrobras também descartou a possibilidade de recorrer aos cofres do governo, também endividado, para ajudar a empresa, que convive com um déficit de R$ 450 bilhões. “Temos de resolver nossos problemas com os nossos próprios meios. Todos sabem a situação do Tesouro”, disse ao jornal.
Para o deputado federal Arthur Virgílio Bisneto (PSDB-AM), a ingerência política exercida pelas gestões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente afastada Dilma Rousseff foi a grande responsável pelo declínio da Petrobras, afundada em dívidas e escândalos de corrupção. Ele também elogiou a indicação de Pedro Parente para a chefia da estatal.
“Foi o que quebrou a empresa. A sede deles de buscar recursos escusos através de contratos fraudulentos, através de parcerias não tão saudáveis para a empresa, foi um dos motivos que quebraram a empresa. Por isso, a escolha de Pedro Parente foi correta. Ele foi um grande auxiliar do presidente Fernando Henrique Cardoso e tem todas as condições de fazer uma grande passagem pela presidência da Petrobras”, afirmou.
O parlamentar destacou que um dos grandes desafios a serem enfrentados pela nova gestão será colocar um fim à “politicagem” que tomou conta dos quadros da empresa. O tucano ressaltou a importância de funcionários com um perfil técnico, que possam evitar os prejuízos bilionários sofridos pela estatal nos últimos anos, caso da desastrosa compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
“Todo mundo que foi nomeado pelo Lula e pela Dilma para a Petrobras era apadrinhado politicamente. Você precisa de quadros técnicos na empresa, alguém que não pense em política dentro de uma empresa importante como a Petrobras, e alguém que tenha a responsabilidade de abrir a empresa para o futuro. Acabar com a politicagem, acabar com os cartéis, acabar com os contratos fraudulentos é o que vai fazer com que, se Deus quiser, a Petrobras volte a ser o que era: um orgulho nacional, patrimônio do país”, completou Bisneto.
No mesmo evento que empossou Pedro Parente, o presidente em exercício Michel Temer também efetivou os nomes de Paulo Caffarelli na presidência do Banco do Brasil, Gilberto Occhi na Caixa Econômica Federal, Maria Silvia Bastos Marques no Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), e Ernesto Lozardo no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Leia AQUI a íntegra da matéria do jornal Folha de S. Paulo.