Tucano rebate declaração do presidente do PT de que “golpistas não passarão”

Acompanhe - 03/12/2015

otavio leite foto PSDB na CamaraA declaração do presidente nacional do PT, Rui Falcão, de que “golpistas não passarão”, sobre a decisão da abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, foi rebatida pelo deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ). “O presidente do PT, a esta altura, tentar se defender ou imputar a essas iniciativas que são legítimas, absolutamente constitucionais, como tentativa de golpe ou coisa do gênero é próprio de quem realmente está no fundo do poço e não tem mais ao que recorrer. Aliás, no meu entendimento, o PT acabou”, criticou o tucano.

Segundo matéria do jornal O Estado de S.Paulo desta quinta-feira (3), o petista recorreu a uma frase que remete à Guerra Civil espanhola (1936-1939) para se manifestar sobre a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e escreveu na rede social Twitter com a marcação #NãoVaiTerGolpe. O pedido dos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaína Pachoal foi acolhido, no início da noite desta última quarta-feira (2), pelo presidente Cunha, que determinou a instalação de uma comissão especial para analisar o documento.

Para Otávio Leite, a afirmação do presidente petista é descabida, já que a Constituição permite que qualquer cidadão possa encaminhar ao presidente da Câmara dos Deputados um pedido de impeachment. “Foram mais de 28 encaminhados ao Eduardo Cunha, 27 ele indeferiu e um deferiu. O PT reclamar disso é um absurdo, porque não reclamou quando ele indeferiu 27, só reclama quando ele foi a favor de dar curso?”, indagou o tucano, ressaltando que a decisão de Cunha é meramente técnica e regimental.

Segundo o parlamentar, o PT está vivendo essa dramática situação que ele próprio criou pela incompetência e irresponsabilidade. “O ex-presidente Lula é muito diretamente responsável por isso, porque escolheu para sucedê-lo uma chamada administradora, rainha do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), entendida em minas e energia, cujos resultados estamos agora colhendo. O país está colhendo frutos de um governo absolutamente incompetente, onde a corrupção foi plantada e está aí essa podridão toda que o Brasil está vivendo”.

Ao contrário do que agora o PT afirma de que seria uma tentativa de golpe, o partido já defendeu o impeachment contra três presidentes da República: Fernado Collor de Melo, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. De acordo com dados da Câmara, o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) foi o segundo aceito por um presidente da Casa dos 132 feitos desde 1990, quando o então presidente Fernando Collor de Melo (hoje senador pelo PTB de Alagoas) assumiu o cargo e cassado em 1992.

Processo de Impeachment

Uma comissão especial será instalada na Câmara dos Deputados para analisar o pedido de impeachment. Dilma terá até dez sessões para apresentar defesa. Para ser aprovado, o parecer dependerá do apoio de, pelo menos, dois terços dos 513 deputados, ou seja, 342 votos. Se os parlamentares decidirem pela abertura do processo de impeachment, Dilma será obrigada a se afastar do cargo por 180 dias, e o processo seguirá para julgamento do Senado.

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03/12/2015