Tucanos criticam apoio de governos totalitários da América Latina a Dilma e Lula
Países defendem o governo brasileiro por conta de seu alinhamento político e ideológico, avalia Eduardo Barbosa
Brasília (DF) – Na contramão da vontade de mais de seis milhões de brasileiros que foram às ruas para pedir o fim da corrupção, o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, investigado pela Operação Lava Jato, governos totalitários da América Latina manifestaram apoio a Dilma e Lula. Presidentes e chanceleres do Uruguai, Bolívia, Venezuela e Equador defenderam a gestão petista, tentando enquadrar o movimento popular como uma tentativa de golpe. O apoio foi divulgado em reportagem do portal G1 desta sexta-feira (18).
Para o deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB-MG), os quatro países defendem o governo brasileiro por conta de seu alinhamento político e ideológico.
“Eles fazem parte de um projeto deles, de se apoiarem mutuamente. Isso aí já está combinado entre eles, é uma questão de estratégia, porque todos têm a mesma raiz, os mesmos propósitos e os mesmos fins. Para eles, esse apoio é algo natural, da mesma forma que, tanto o Lula quanto a Dilma, apoiam também as ditaduras desses países. É uma estratégia comum, que não me admira em nada. Estão agindo de forma orquestrada”, avaliou.
Em comunicado, a chancelaria uruguaia manifestou “seu total respaldo à presidente Dilma Rousseff”. O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que a direita brasileira quer dar um “golpe judicial” na presidente Dilma e “castigar” o ex-presidente Lula, para que ele não volte à presidência em 2018. O presidente do Equador, Rafael Correa, comparou as investigações que chegam ao Palácio do Planalto a uma estratégia aplicada na década de 1970 pelas ditaduras militares do Cone Sul, para coordenar o extermínio de opositores.
Já o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, argumentou que “há um golpe de estado midiático e judicial contra a presidente Dilma Rousseff e contra Lula”, referindo-se ao petista como “líder do Brasil e da nossa América”.
O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), lembrou que a Venezuela é um país onde não se tem liberdades democráticas e nem de imprensa, onde políticos de oposição são julgados e condenados de forma parcial e desaprovada pela comunidade internacional. O tucano ressaltou que o governo petista pode até tentar obstruir a Justiça e constranger as instituições, mas “o Brasil não será jamais uma Venezuela”.
“O Brasil saberá resistir a essa tentativa desesperada da presidente Dilma de repetir João Batista Figueiredo [último presidente do regime militar brasileiro]. ‘Prendo e arrebento’, é o que a Dilma está dizendo. A presidente Dilma está repetindo o presidente Figueiredo no auge da ditadura, que disse que ia prender e arrebentar quem pudesse se colocar contra os seus objetivos políticos. Ela não tem o poder de prender, não tem o poder de investigar, não tem o poder de punir. Cabe à Justiça cumprir esse papel”, completou.