Tucanos criticam argumentos usados por Dilma em entrevista à imprensa internacional
A presidente Dilma Rousseff usou uma entrevista coletiva concedida a veículos estrangeiros no Palácio do Planalto para afirmar, novamente, que o processo de impeachment é um golpe e uma tentativa de eleição indireta. Se colocando como uma vítima, a petista disse que se sente “injustiçada” e que o Brasil tem “um veio golpista adormecido”. Na visão do deputado federal Duarte Nogueira (PSDB-SP), os argumentos usados pela presidente são mais uma demonstração de seu desespero diante do afastamento iminente.
“Quem está dizendo que o impeachment é um processo legítimo é o Supremo Tribunal Federal, que definiu o rito, que acaba de dizer, inclusive, através de alguns magistrados, que o processo correu com a mais estrita observação da Constituição”, ressaltou. “É o desespero de quem sabe que mais de 70% do povo brasileiro não quer mais ela na Presidência e o Congresso Nacional, a Ordem dos Advogados, todas as instituições, na sua grande maioria, estão apoiando, junto com a população, um processo transparente, constitucional, legal”, completou o tucano.
O deputado federal Max Filho (PSDB-ES) também criticou o discurso de Dilma à imprensa internacional. “A presidente está cada vez mais acuada. Ela sente que o impeachment é um processo irreversível e tenta fazer o discurso da ameaça de golpe, tentando se segurar em organismos internacionais. Quem comete o golpe é ela. Um golpe contra a democracia, contra o estado democrático de direito. Ela quer se perpetuar no poder mesmo diante da soberana decisão da Câmara dos Deputados e a iminente derrota que sofrerá no Senado Federal”, disparou.
Além de fazer ataques ao processo de impeachment, a petista também declarou que existe o risco de programas sociais serem extintos caso ela de fato seja afastada. Para Duarte Nogueira, ao fazer tais afirmações, Dilma tenta fazer “terrorismo” com o povo brasileiro.
“É um terrorismo mentiroso, e os brasileiros já não caem mais na conversa do PT, já estamos muito vacinados com tentativas de repetir uma mentira para transformá-la em uma verdade. Ela fica repetindo ‘é golpe, é golpe, é golpe’. É golpe coisa nenhuma. A Constituição está sendo respeitada, as instituições estão funcionando, dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal, oito foram indicados durante o governo do PT. Onde é que está o golpe? Cadê o golpe?”, rebateu o parlamentar paulista.