Tucanos criticam nomeação de envolvido em escândalo para assessorar Dilma
Segundo Sérgio Guerra, “o caso é grave por partir da presidente da República”
Brasília (16) – Deputados do PSDB reprovaram nesta terça-feira a decisão da presidente Dilma de nomear como seu assessor Jeter Ribeiro de Souza, envolvido na quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Ex-gerente da Caixa Econômica Federal, ele foi acusado de acessar a conta de Francenildo e imprimir uma cópia do extrato a pedido do então presidente do banco estatal, Jorge Mattoso.
O escândalo do caseiro derrubou o então ministro da Fazenda e atual chefe da Casa Civil da Presidência, Antonio Palocci, em março de 2006. O assessor nomeado para auxiliar Dilma chegou a ser intimado a depor na Polícia Federal (PF), mas não foi indiciado no processo que investigou o caso e tramitou no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo reportagem do jornal “Folha de S. Paulo”, o bancário recebeu função de assessor no gabinete-adjunto de Informações em Apoio à Decisão da Presidente. Jeter receberá R$ 4.042,06. Como é servidor de carreira do banco, ele pode acumular o salário do órgão de origem. Neste caso, teria direito a receber 60% do cargo em comissão, um adicional de R$ 2.425.
Para o líder da Minoria na Câmara, Paulo Abi-Ackel (MG), a presidente deve ter cuidado, sobretudo após o escândalo Erenice Guerra, e melhorar o perfil dos seus assessores. Ex-braço direito de Dilma Rousseff na Casa Civil, a ex-ministra caiu do cargo, após o jornal “Folha de S.Paulo” mostrar que a estrutura do ministério foi usada por seu filho, Israel Guerra. Segundo empresários, ele cobrava propina para facilitar acesso a negócios do governo.
“Isso não surpreende, pois ela nomeou Erenice que se envolveu em muitas trapalhadas. O caso é grave por partir da presidente da República”, reforçou o deputado Sérgio Guerra (PE), presidente nacional do PSDB.
O deputado André Dias (PA) lembrou que no governo Lula, quando Dilma era chefe da Casa Civil e ministra de Minas e Energia, sempre havia alguém envolvido em escândalos. “A presidente não acha isso estranho e talvez ache normal as pessoas cometerem atos com esse. Isso é um perigo para o Estado Democrático de Direito”, ressaltou.
Para o deputado paraense, pessoas que agem acima da lei deveriam ser expulsas da vida pública e condenadas a pagar pelo mal que cometeram. “Isso é um absurdo. O governo petista premia os infratores porque tiveram a coragem de infringir a lei para proteger um ministro”, condenou Dias.