Alvaro Dias quer ouvir tesoureiro do PT e questiona afirmações de Cavendish

Ao final do depoimento do engenheiro Paulo Vieira de Souza, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) defendeu a convocação para a CPI do Cachoeira do deputado federal do PT e ex-tesoureiro do partido, José de Filippi (SP), devido à sua atuação na arrecadação de recursos para a campanha eleitoral de Dilma Rousseff em 2010.

Notícias - 29/08/2012

Brasília – Ao final do depoimento do engenheiro Paulo Vieira de Souza, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) defendeu a convocação para a CPI do Cachoeira do deputado federal do PT e ex-tesoureiro do partido, José de Filippi (SP), devido à sua atuação na arrecadação de recursos para a campanha eleitoral de Dilma Rousseff em 2010. Segundo o parlamentar, os depoimentos de Luiz Antonio Pagot e Paulo Vieira confirmaram que o PT tentou transformar o DNIT em comitê arrecadador para campanha eleitoral.

“Esse fato que veio à tona na CPI, com os depoimentos de Pagot e Paulo Vieira da Silva, é muito grave, pois representa improbidade administrativa. Sobram justificativas para convocação de José de Filippi, e se quiserem, podemos também sugerir uma acareação entre o tesoureiro do PT e Pagot para que a verdade seja esclarecida na comissão”, disse o senador, citando ainda a atual ministra Ideli Salvatti como outra figura que apareceu nos depoimentos solicitando indicações, pelo DNIT, de empreiteiras que pudessem colaborar com sua campanha.

Sobre o depoimento do engenheiro Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa, vinculada ao governo estadual de São Paulo), o senador Alvaro Dias afirmou que “foi um equívoco”. O líder do PSDB no Senado elogiou o depoimento do ex-diretor da Dersa, acrescentando que o convocado compareceu como testemunha e prestou importante colaboração com os trabalhos da comissão.

“A convocação de Paulo Vieira foi um equívoco político, até porque os que o chamaram tinham um determinado objetivo. Mas a vinda dela na CPI acabou sendo favorável, e ele fez um passeio na comissão. Passeou como se estivesse na USP, ao lado dos seus colegas triatletas. Ele foi convocado por conta de uma conversa de bêbado, pois não havia fato determinado que justificasse a convocação”, explicou o senador tucano.

Alvaro Dias se referia ao fato de que Paulo Vieira de Souza ter sido chamado à CPI devido a acusações que teriam partido de Luiz Antônio Pagot, ex-diretor geral do DNIT. A acusação era de que Paulo Vieira teria solicitado verbas para obras em São Paulo com o objetivo de desviá-las para campanhas eleitorais do PSDB no ano de 2010.

No entanto, em depoimento à CPI na terça-feira (27), Pagot negou ter feito a denúncia. O ex-diretor-geral do Dnit disse que teria ouvido de “um amigo” a suspeita de que a solicitação de verbas poderia ter como objetivo o desvio, mas ressaltou que isso foi “conversa de bêbado, de botequim, que não pode ser provado”.

Alvaro Dias contestou ainda a declaração do deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP) – de que o PSDB “estaria sangrando” devido às denúncias que envolvem o partido. Segundo Alvaro Dias, “o PSDB não tem nada a temer desta CPI”, e disse que, pessoalmente, apoia a prorrogação dos trabalhos da comissão.

Cavendish e os seis milhões
Segundo convocado para depor nesta quarta na CPI do Cachoeira, o empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, apesar de ter evocado o direito constitucional de ficar calado e não responder a perguntas, teve que ouvir questionamentos do senador Alvaro Dias antes de ser dispensado. Cavendish foi questionado pelo Líder do PSDB sobre sua afirmação de que poderia comprar qualquer senador com R$ 6 milhões.

“É uma questão de hombridade responder à seguinte pergunta: quem é o senador que o senhor diz comprar por seis milhões de reais?”, questionou Alvaro Dias diretamente a Fernando Cavendish. O senador lembrou que a Justiça do Rio de Janeiro não localizou o empresário para citá-lo no processo movido contra ele, para que responda em juízo quem são os políticos que ele diz comprar com seis milhões.

Cavendish, dono da empresa que repassou R$ 413 milhões às empresas fantasmas, muitas delas criadas pelo esquema criminoso de Cachoeira, saiu rapidamente da comissão sem responder ao questionamento, após ser liberado pelo presidente da CPI.

Veja entrevista de Alvaro Dias sobre o assunto:

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29/08/2012