A essência do acordo mundial assinado por 195 países, e celebrado como um momento histórico ao final da Conferência do Clima (COP 21), foi seu caráter “legalmente vinculante”. Significa a obrigação dos signatários, cada um em seu próprio caminho, mas sem poder dizer não, chegarem à soma de um aquecimento médio mundial da Terra limitado a 1,5 grau Celsius.
Celebrado o acordo mundial, como presidente do Instituto Teotônio Vilela do PSDB, destaco o significado de termos realizado o seminário Meio Ambiente e Sustentabilidade em novembro. Então, produzimos um documento encaminhado à Conferência em Paris defendendo o caráter “vinculante” dos compromissos para assegurar a estabilidade do sistema climático. É imprescindível a revisão da forma de relacionamento e dos deveres dos governos no que diz respeito ao desenvolvimento sustentável. Em última instância, o que está em jogo é o compromisso com a vida, o trato desse bem maior, que deve ser visto como patrimônio de Estado, não como negócios de governos, quaisquer que sejam.
Antes da Conferência e após os atentados de Paris, o economista Paul Krugman escreveu: “Quando o Presidente Obama descreve a mudança climática como a maior ameaça que enfrentamos, ele está exatamente certo. O terrorismo não pode destruir e não destruirá nossa civilização, mas o aquecimento global pode.” A COP 21 resultou num importante compromisso para responder a tamanho desafio. Nada impede que nas revisões previstas do acordo, as metas se tornem cada vez mais audaciosas.
Um último e merecido registro sobre a COP 21 diz respeito à vocação para o diálogo da ministra Izabella Teixeira, com significativa contribuição para o resultado da Conferência. Um grande contraponto a total incompetência e arrogância da presidente Dilma. Sua contribuição para o agravamento da crise é forte e constante, sem nenhuma perspectiva de mudança. A permanência dela no cargo está associada, exclusivamente, a pior devastação acontecida no Brasil contemporâneo. Na economia, no emprego, na política, na ética. Um governo movido à base da barganha suja, dos conchavos a quatro paredes, do uso criminoso da máquina pública.
No último domingo, os brasileiros saíram às ruas para comemorar o início do processo de impeachment de Dilma. Mobilizaram-se, mais uma vez, sob o único sentimento unânime no país hoje: Queremos mudança!
Sintomático que, neste final de 2015, a expectativa é que meses muito difíceis nos esperam no início do próximo ano. Fica difícil desejar um 2016 de realizações. Mas tudo pode mudar com a saída de Dilma. Então, o Brasil vai se recuperar do descrédito e da desconfiança que estão minando o País. Reconquistar os empregos com a retomada dos investimentos. Fazer um ajuste fiscal com agenda positiva, sem perdas de direitos dos trabalhadores e sem cortes de gastos sociais. Para isso é imprescindível continuar fazendo nossa parte. Nas ruas, nas redes, nos encontros de confraternização, em todo lugar. E que o Congresso faça a sua!