Brasília (DF) – A alta inflação e o crescente desemprego que penaliza a população fizeram disparar o chamado “índice de miséria”, indicador que mede, de maneira simplificada, a piora da sensação de bem estar dos brasileiros. O índice, também conhecido como “taxa de desconforto”, é monitorado pelo Banco Fibra, e tinha ficado praticamente imune à deterioração da economia entre 2010 e 2014, variando entre 10 e 12 pontos.
Em setembro, porém, a taxa que já vinha apresentando alta desde dezembro do ano passado superou os 17 pontos. E para 2016, de acordo com as projeções do economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, as perspectivas não nada animadoras.
Segundo informações de reportagem publicada nesta quarta-feira (11/11) no jornal Valor Econômico, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), por exemplo, deve manter-se acima do teto da meta e encerrar o ano em 7,1%.
Já o desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país pode superar os 11% no primeiro trimestre, e chegar à média de 10% no ano que vem.
“É essa combinação perniciosa que está fazendo com que aumente a sensação de pobreza na sociedade, o que explica o nível baixíssimo de confiança do consumidor”, avaliou o economista Cristiano Oliveira ao Valor.
Em outubro, uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que a confiança dos consumidores caiu para 75,7 pontos, queda de 24,6% em relação ao mesmo mês do ano passado, menor nível da série histórica.