Nos últimos anos, o Brasil enfrentou um aumento relevante na energia e no gás natural para industria, o que acabou por acarretar prejuízo nas contas das famílias brasileiras. Em reunião nesta terça-feira (11), a Comissão de Minas e Energia aprovou requerimento de autoria do deputado federal Pedro Vilela, que solicita audiência pública com a finalidade de apresentar um estudo que mostra o impacto dos aumentos na vida da população brsasileira, bem como para discutir a energia e o gás natural como fator de competitividade para a indústria.
“As elevações dos custos da energia para a indústria acarretam perda de bem-estar para as famílias brasileiras. Tanto a energia quanto o gás natural são fontes importantes de energia na produção e no consumo final das famílias. Os aumentos constantes nos preocupam, por isso solicitei esta audiência, para que possamos discutir em conjunto uma solução”, ressaltou o deputado.
Um estudo desenvolvido pelo Prof. Fernando Garcia, Doutor em Economia pela Universidade de São Paulo, em parceria com a Abrace – Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e de Consumidores Livres – demonstra que o consumo do insumo nas residências corresponde apenas a uma pequena parte do total utilizado, porque energia e gás natural também são consumidos indiretamente, incorporados na produção das mercadorias e serviços que compõe a sua conta de consumo. A pesquisa demonstrou ainda que o custo da energia elétrica representa, em média, 20,8% dos custos de construção de um imóvel. É que, embora o gasto direto de energia na construção civil seja relativamente baixo, de apenas 0,45% em média, o setor utiliza diversas matérias-primas cuja produção é energointensiva, como aço, o cimento e o vidro, e, para cada unidade de energia elétrica consumida nos canteiros de obra, há o consumo de 46,7 unidades na fabricação dos materiais de construção.
“Em média, a população brasileira consome duas vezes mais eletricidade por meio de produtos e serviços do que diretamente, em suas residências. Por isso temos que nos preocupar e agir. O reflexo dos aumentos ao mesmo tempo em que as industrias precisam se tornar competitivas, acabou afetando o Brasil como um todo, e o resultado foi sentido negativamente no crescimento do PIB nos últimos 5 anos’, explicou Vilela.
Segundo o parlamentar, o estudo analisa o processo de perda da competitividade da indústria em decorrência do aumento do preço da energia elétrica e do gás natural e seus impactos para a economia brasileira e também demonstra como esse processo pode ser revertido com a disponibilidade desses insumos em condições competitivas para a indústria. “Tenho certeza de que teremos um debate acalorado, mas muito proveitoso. A população não pode pagar uma conta que não é dela, e nosso dever é buscar soluções viáveis e eficientes para todos”, destacou o deputado.
A audiência pública ainda terá sua data marcada, mas foram convocados o Prof. Fernando Garcia, da FIPE-FGV, Paulo Pedrosa, representante da Abrace; Marco Polo de Mello Lopes, do Instituto Aço Brasil, Fernando Figueiredo, da Abiquim – Associação Brasileira da Industria Química; Olavo Machado Junior, Presidente do Coinfra – CNI; além de um representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.