Valor Econômico – O pré-candidato do PSDB a presidente, Aécio Neves, vai lançar na terça-feira, 17, “um conjunto de diretrizes” no qual deve assentar as bases de um futuro programa de governo. “É mais do que um conjunto de princípios”, afirmou Aécio. “É um conjunto de prioridades”. A palavra chave será “mudança”.
O presidenciável não quis antecipar algumas dessas diretrizes. O que Aécio considera fundamental é que desde já começou a “sinalizar” qual é a sua turma – inclusive na economia – e consequentemente o que pretende fazer no governo federal, na hipótese de vencer as eleições de outubro do próximo ano.
Ontem à noite Aécio participou de um jantar com cerca de 30 grandes empresários, em São Paulo. Na segunda-feira, haverá outro grande encontro com empresários do Rio de Janeiro. Organizados pelo economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Na conversa que teve com repórteres e colunistas de jornais, televisão, rádio e portais da internet, na quarta-feira, Aécio registrou alguns “fatos novos” na eleição de 2014 e que justificam seu otimismo.
Aécio acredita que um fato diferencia a campanha de 2014 das campanhas anteriores, desde que o PT venceu em 2002: “Nas outras, as oposições em nenhum momento construíram algum tipo de entendimento”. Agora ocorre exatamente o oposto.
O segundo “fato relevante” destacado por Aécio, que também é presidente do PSDB, é a ressurreição do partido no Nordeste. “Uma fênix mesmo”, disse. “Nós renascemos das cinzas, tínhamos sido dizimados, não tínhamos nada. Tínhamos Maceió”, afirmou, referindo-se às duas últimas eleições no Nordeste. Agora, “ganhamos muito mais que o PT, as capitais mais pobres. A periferia mais pobre do Brasil é a de Salvador, nós ganhamos do PT [com ACM Neto, do Democratas e provável aliado na eleição]. Aracaju (SE), Maceió (AL) e Teresina (PI), nós ganhamos nas três, Campina Grande, na Paraíba”
O terceiro fato novo em relação a 2014, de acordo com Aécio, é a mudança na qualidade da candidatura da presidente Dilma Rousseff. A presidente se elegeu em 2010 com o “figurino da continuidade”, analisou. “Hoje o sentimento é claramente de mudança e não acho que vá ser revertido, mas ampliado”, afirmou.
“Estamos vivendo um fim de ciclo. A presidente fará uma campanha na defensiva na questão da economia, na questão das entregas de obras. A marca da ineficiência vai crescer durante a campanha”.
Íntegra na edição do jornal Valor Econômico desta sexta (13)