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Solange Jurema, do PSDB nacional: ‘As pessoas não precisam depender do Bolsa Família para sempre’

SOLANGE JUREMA 006 entrevista e sitePor Odilon Rios – do Cada Minuto

Enquanto os tucanos tentam convencer o eleitor do Nordeste de que não são contrários ao Programa Bolsa Família- o maior em distribuição de renda no mundo, com vantagens eleitorais ao ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff- a presidente nacional do PSDB Mulher, Solange Jurema, diz que o Governo Federal precisa criar alternativas para que a população não dependa do programa “para sempre”. Ela é favorável à manutenção do programa.

Atual secretária municipal do Trabalho, Abastecimento e Economia Solidária da capital, Solange diz que os governos Lula e Dilma não levaram adiante a proposta de Fernando Henrique Cardoso, criador do programa. Se o dependente do Bolsa Família é preguiçoso, como diz o senso comum? “Gente preguiçosa existe em qualquer classe econômica, não é o Bolsa Familia que torna alguém preguiçoso, talvez a faça ficar mais seletiva”, responde Solange.

Veja entrevista dela ao blog:

Como chefiar uma ala do PSDB nacionalmente com um governador alagoano tão bem quisto pela presidente Dilma Rousseff?

Solange Jurema- Não tem nada a ver participação partidária com gestão pública. Muito pelo contrário, eu acho que uma coisa é a sua participação no partido em época de campanha, outra coisa é quando você é gestor público e a sua obrigação e responsabilidade é com a população do seu Estado e do seu município. O governador se dar bem com o Governo Federal é muito bom para o Estado, não macula e nem prejudica o PSDB. Não vejo problema, nem me incomoda. Afinal, a maior responsabilidade dele é como governador. Quando estou na cadeira de gestora, eu tenho essa mesma filosofia de gestão do governador, faço aliados para que o Estado ou município alcance o desenvolvimento.

Existem alas do PSDB com discursos bastante divergentes em relação ao Governo Dilma. Por exemplo: Alckmin, Serra e Aécio Neves são da “linha dura”- o ataque sistemático ao Governo do PT. O governador Teotonio Vilela Filho tem um estilo mais conciliador em relação ao Planalto. Essa diferença de humores deve ser revista no PSDB nacional?

SJ- Uma coisa é um Estado pequeno como Alagoas, em que o Governo Federal pode se dar ao direito de ser benevolente. Trata bem mesmo sendo de oposição, repassa os recursos, mas isso não os afeta porque a nossa população é de apenas três milhões de habitantes. Outra coisa é São Paulo e Minas Gerais, onde se encontra um grande colégio eleitoral, grande população e são Estados ricos, logo, podem prescindir do recurso federal. SP mesmo é praticamente um País autônomo dentro do Brasil. Então como esses estados têm um peso político muito grande, o Governo Federal não tem tanta boa vontade em repassar recursos. Alagoas é um Estado pobre, com uma economia fraca e quase que sobrevive de recursos federais. Sem isso, não iríamos conseguir fazer nada. São situações bem diferentes.

A senhora também foi secretária Estadual de Assistência Social no terceiro estado mais pobre do Brasil. E já defendeu o Bolsa Família várias vezes. Mas, o programa tem um – certo travo no ninho tucano. O que é bom e ruim no Bolsa Família? O que pode melhorar?

SJ- Eu sou defensora do Bolsa Família. O programa tem um grande apelo não só no sentido de atender uma determinada família, mas para uma região pobre como o Nordeste é este auxílio que move a economia dos municípios.

Também há quem afirme que o Bolsa Família deixa a pessoa preguiçosa, já eu discordo. Gente preguiçosa existe em qualquer classe econômica, não é o Bolsa Familia que torna alguém preguiçoso, talvez a faça ficar mais seletiva. Em não aceitar, por exemplo, um trabalho escravo, o que é bom.

O Bolsa Família precisa ser analisado por esses dois aspectos, o da pessoa que recebe e o círculo virtuoso econômico que ele cria nos pequenos e pobres municípios.

Entretanto, sabemos que o programa foi criado no Governo FHC como o Bolsa Escola, onde o que era levado em consideração era que o pai teria que levar a criança para a escola ou em um posto de saúde, por exemplo.

Mas o que aconteceu foi que a atual gestão do Governo Federal não deu continuidade à política de educação adotada no governo FHC. O que falta, talvez, neste segundo momento do Bolsa Família, é que a política de monitoramento seja melhor implantada para que as pessoas não precisem viver dependentes do programa para sempre. A população precisa ser melhor esclarecida.

O que fazer, então, para que a população brasileira não precise do Bolsa Família para sobreviver?
SJ – O que o Brasil precisa desenvolver mais do que qualquer outra coisa para tirar as pessoas da miséria e da pobreza é a educação. Essa é a grande prioridade nacional e isso nós defendemos no PSDB.

Vamos falar das creches, uma política que está só no papel, é pouco implantada no Brasil e até hoje não foi levada a sério, no entanto é uma política fundamental por vários motivos: é uma política de gênero, onde ela dá a possibilidade da mãe trabalhar melhor e deixar seus filhos bem protegidos; é uma política de proteção infantil, porque a criança vai ter muito mais possibilidades de se alfabetizar e ter uma sequência de escolaridade melhor e isso vai diminuir o êxodo juvenil, que isso ainda tem muito nas escolas, os alunos não acompanham e saem; e é uma política extremamente importante para a população.

Como é para uma mulher como Solange Jurema apoiar Teotonio Vilela Filho- na disputa ao Senado – em uma eleição com uma única mulher- Heloísa Helena- para enfrentar dois homens?

SJ- Primeiro eu acho que o quadro ainda não está definido, não sabemos nem se o governador vai ser candidato ou não. Mas, entre homens e mulheres, se eles estiverem nas mesmas condições, eu sempre vou ter uma maior simpatia pelas mulheres. Mas, antes disso, o candidato, seja ele do gênero feminino ou masculino, precisa estar coerente com a minha posição e com a ideologia do partido a que pertenço.

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