Brasília (DF) – Após reunião entre o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, e líderes da oposição para definir estratégias de apuração em torno das irregularidades da Petrobras, nesta terça-feira (25) no Senado, parlamentares tucanos defenderam a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os negócios da estatal.
“O Brasil quer uma investigação isenta, autônoma e profunda de todos esses episódios que estão deixando o povo brasileiro perplexo. São negócios bilionários – estamos falando em bilhões de dólares – sob suspeita absoluta”, afirmou o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).
Defesa
O senador explicou que a oposição, “em nome do Brasil e em defesa do país”, propôs na reunião a instalação de uma CPI no Senado e uma mista no Congresso, com o objetivo de apurar a compra bilionária da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, as obras de plataformas e refinarias incompletas, e as denúncias de pagamento de propina à empresa holandesa SBM Offshore.
“É o desejo do povo brasileiro. O governo é que vai ter que assumir o ônus perante a sociedade brasileira de não permitir uma investigação no Parlamento. A CPI está prevista na Constituição. Ocorre exatamente em situações como essa: de interesse público, que diz respeito à sociedade brasileira. O Brasil deseja o esclarecimento de denúncias tão graves e a oposição estará representando esse sentimento do povo brasileiro”, acrescentou Cunha Lima.
Melhor caminho
Para o deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP), uma CPI é o melhor caminho a ser seguido, “face à gravidade das denúncias” envolvendo a Petrobras.
“O presidente Aécio Neves teve uma excelente iniciativa, de reunir hoje nesse encontro as oposições, para que nós possamos fazer um movimento organizado, uma metodologia de trabalho para coleta das assinaturas para uma CPI Mista. Uma investigação é vital para apurarmos a evidente deterioração desse que é um dos maiores patrimônios públicos do país”, reiterou o parlamentar.
Contradição
Já o deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT) classificou como contraditória a postura petista de tentar minimizar as investigações e uma possível CPI.
“O PT chegou ao poder acusando, denunciando. Eram os maiores defensores desse instrumento de fiscalização. No governo, eles mudaram radicalmente seu posicionamento. Não gostam de ser investigados, não querem ser fiscalizados, sabem que devem. Roubam e deixam roubar”, criticou.
“Um assunto como esse, que é denunciado internacionalmente, em toda mídia social, em todas as cidades do Brasil, não é possível que o PT não quer que investiguem. Quem não deve, não teme”, completou Leitão.